Publicado em
7 de jul. de 2010
7 de jul. de 2010
Texmed: o salão da Tunísia no coração da fast fashion
Publicado em
7 de jul. de 2010
7 de jul. de 2010
Entre os dias 16 e 18 de junho ocorreu o salão Texmed, na Tunísia. Uma boa ocasião para trazer à tona o fenômeno da fast fashion e o seu futuro.
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Cerca de 3000 profissionais foram à Tunísia encontrar os 250 expositores da Texmed. Com a ambição de se tornar o ponto de encontro de toda a zona euro-mediterrânea, a Texmed está mais do que nunca no centro do fenômeno chamado fast fashion (coleções que mudam rapidamente para atender à forte demanda).
Na verdade, a Tunísia é o quinto fornecedor de confecções da União Europeia. Em 2009, o país exportou 2,25 bilhões de euros em roupas para o Velho Continente, o que representa um crescimento de 12,7%. Entre a urgência das pré-coleções e o preço crescente dos transportes, a indústria europeia encontrou no Magrebe o cenário ideal para fazer coleções curtas em um tempo, muitas vezes, recorde.
"Antes, nós fazíamos o pedido com 3 a 6 meses de antecedência. Hoje, fazemos com apenas 15 dias e, às vezes, para apenas 50 modelos", resume Nidhal Benhammadi, chefe do serviço comercial da VTL. Esta empresa de confecção, que tem entre seus clientes nomes como Adidas, Lacoste, Puma, Décathlon ou Lafuma, modificou claramente seu modo de trabalho para seguir o movimento do mercado. "Hoje, as equipes de produção são bem diferentes. Nós tivemos que criar linhas de produção reduzidas, mas onde os funcionários possam participar do processo do começo ao fim".
Para Doss Kamel, a fast fashion não é de todo mal. Técnico-comercial de uma empresa de tratamento de tecido chamada ITS, ele a vê com bons olhos, frente à alta dos preços das matérias-primas. "Entre a crise e o preço dos fios - que aumentaram até 30% -, os prejuízos foram tais que a fast fashion muito nos ajudou. Mas nós sentimos que o fenômeno deve se acalmar. O tamanho dos pedidos estão maiores, mas os clientes continuam super exigentes em relação aos prazos".
"Os compradores europeus estão, mais do que nunca, à procura de peças mais elaboradas"
"Nós sentimos a evolução há pouco mais de cinco anos", lembra Faycal Laadhar, diretor comercial da La Griffe, fabricante de etiquetas para o vestuário, especialmente para as marcas Etam e Celio. "A fasta fashion correspondeu às grandes ondas de mudanças de eixo para a Ásia. Mas se fala de um retorno de pedidos para a zona europeia, em função das decepções vivenciadas, especialmente na China." Um retorno aos grandes pedidos para o Magrebe, mas que so deve ocorrer a médio prazo.
![]() O salão Texmed 2010 |
A fast fashion parece ter tido um efeito colateral muito favorável sobre a criação. "Enquanto que a produção de produtos básicos ocorre no Oriente, os compradores europeus estão, mais do que nunca, à procura de produtos mais elaborados", explica Aymen Soussi, designer do escritório de estilo tunisiano Ulysse Fashion. "Na verdade, a moda tunisiana não perdeu nada com esta mudança, pois o savoir-faire e a imaginação dos estilistas locais são cada vez mais requisitados".
Uma constatação que satisfaz Abdelaziz Dahmani, Presidente da Federação Nacional do Têxtil. "Nós inauguramos um bom número de institutos e de centros de formação para os jovens estilistas, já que, para que a fast fashion avance, é necessário que se produzam novas coleções. Nós colocamos muita esperança sobre estes jovens criadores."
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