AFP
16 de mai. de 2016
Sidney Toledano (Dior): "as atrizes fazem as nossas roupas brilharem" em Cannes
AFP
16 de mai. de 2016
A Maison Christian Dior, como outros grandes nomes da moda, veste muitas estrelas do Festival de Cannes com trajes especialmente criados para a ocasião. "As atrizes fazem as nossas roupas brilharem", sublinha seu CEO, Sidney Toledano.
Qual é o impacto de Cannes para uma casa de moda como a sua?
Sidney Toledano: "A passagem pelo carpete vermelho, isso só existe em Cannes. São imagens que são difundidas no mundo inteiro, daí o cuidado que temos de ter para trabalhar com as atrizes para se ter a certeza de ter o vestido certo, na hora certa, para o filme que elas vão apresentar. Marion Cotillard passa no carpete várias vezes, Charlize Theron (outra musa Dior, N. do E.) volta a passar pelo carpete para o filme de Sean Penn. E vestimos outras atrizes. É claro que isso nos coloca em clara evidência, associada ao mundo do cinema. A manequim que desfila não tem a emoção da atriz, que vive um momento muito forte em Cannes. As atrizes fazem as nossas roupas brilharem. Mais do que vestidas, elas são incorporadas. Portanto, é mais do que uma vitrine! É muito vivo. A atriz irradia (...) é ela a rainha, não mais o vestido".
Qual é a mobilização da Dior em Cannes?
ST: "O festival e a Dior, uma história que remonta a 1956, Michèle Morgan em Cannes faz a cobertura da Paris Match com um vestido de alta-costura. Em 1961, Sophia Loren, em seu vestido Céladon, foi também um momento explosivo... A 70ª edição do festival no próximo ano ocorrerá ao mesmo tempo que os 70 anos da Maison Dior! No início, reservávamos um pequeno quarto de hotel, enviávamos alguns trajes. Tudo é mais organizado hoje. Temos uma suíte Dior no hotel Majestic, onde as atrizes são maquiadas, penteadas, dispomos também de espaços onde temos vestuários disponíveis. No local, temos equipes de comunicação, aparadores, retocadores dos ateliês de prêt-à-porter, mãozinhas da alta-costura. É preciso antecipar, já que os vestidos de alta-costura são preparados meses antes. É preciso desenhar, provar, escolher os tecidos, dar opções... os Vestidos são criados especialmente para a ocasião, não são vendidos, eles ficam, em seguida, em nossos arquivos. Eles podem inspirar outras criações depois".
O senhor está abrindo uma nova butique em Cannes, qual clientela vocês estão mirando?
ST: "Nossa primeira butique em Cannes, que fechamos, foi aberta em 1995. Estávamos procurando um espaço muito maior, uma vez que as nossas gamas de produtos passaram por um forte desenvolvimento em prêt-à-porter, em acessórios, em joalheria e em moda homem também. A nova butique, no Boulevard de la Croisette, está próxima do Palácio dos Festivais, ela está em frente. O local é excepcional. O festival, precisamos não nos esquecer de que se trata de um mercado dos filmes. Além dos tapetes vermelhos, do prestígio, das estrelas, há muito mais pessoas que vêm buscar financiamento para filmes. E Cannes é uma cidade muito ativa ao longo de todo o ano, temos aí uma verdadeira clientela local. Há muitos salões, entretenimento e, sobretudo, há muitas pessoas que têm residências secundárias na região, Parisienses, Belgas, Italianos..."
Por Anne-Laure Mondesert
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