Nada de banda de rock, nada de show espetacular: o desfile da Saint Laurent ocorreu segunda à noite à antiga, nos novos salões de costura da Maison, com uma coleção assinada por Hedi Slimane bem glam-rock e anos 80.

Pierre Bergé, cofundador da casa de moda e antigo companheiro de Yves Saint Laurent, anuncia no microfone o início do desfile. Os convidados estão sentados em cadeiras levando placas que levam seus nomes.
 
"Número um. Number one". Os 42 modelos desta "coleção de Paris", realizada nos ateliês da casa de moda em Paris e Angers, são destacados por Bénédicte de Ginestous, que fazia isso nos tempos dos desfiles de alta-costura da Yves Saint Laurent entre 1977 e 2002.

No âmbito do majestoso Hôtel de Sénecterre, hotel particular do século XVII no bairro de Saint-Germain des Prés que Hedi Slimane restaurou durante um ano e meio, desfilam silhuetas bem eighties, com ombreiras gigantes, minissaias, uma profusão de nós e saias rodadas gigantes.

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Os cintos, largos, acentuam ainda o lado filiforme das manequins. As camisas são muitas vezes assimétricas, com apenas uma alça. As saias são retas ou "suspensas", como saias de bailarinas com bolhas.

Os ombros de grandes dimensões de um casaco de pele azul formam duas asas para esses pássaros noturnos de olhos esfumados, a boca vermelha e os cabelos penteados para trás, collants pretos e finos e escarpins de cor viva. Um casaco que evocava aquele da famosa coleção de 1971 da Yves Saint Laurent, que causara escândalo, inspirando-se na moda dos anos de Ocupação francesa.
 
A última silhueta é uma capa de pele de raposa, vermelha, em forma de coração gigante.

Couro e as lantejoulas, o laminado e as estrelas, elementos indispensáveis do vocabulário de Hedi Slimane, conhecido por sua estética rock, estão bem presentes.
 
O diretor artístico, que é dado como saída por rumores, desfilou a primeira parte da sua coleção feminina outono-inverno ao mesmo tempo que a masculina em 10 de fevereiro no Hollywood Palladium em Los Angeles, onde ele vive.