
Jean-Paul Leroy
24 de jun. de 2013
Pitti Uomo : uma edição tranquilizadora

Jean-Paul Leroy
24 de jun. de 2013
É o primeiro salão da temporada primavera-verão 2014 no Hemisfério Norte. O Pitti Uomo, em Florença, deu cores à moda e aos negócios da moda. Certamente, há a crise, a queda nas vendas em muitos países europeus. Mas o Pitti garantiu sua realização com um bom número de visitantes e até mesmo entre os italianos, apesar de fortemente abalados há muitas estações. Um sinal encorajador antes dos salões masculinos de Paris e dos salões de Berlim.

Os primeiros números. O salão masculino de Florença, que acaba de decorrer, registrou a estabilidade da visitação italiana, com 10.400 visitantes transalpinos. Com certeza já é um sucesso para os organizadores que temiam uma nova queda no número de visitas dos varejistas italianos por conta da crise econômica. Segundo o diretor da Pitti Immagine, Raffaello Napoleone, na verdade o mercado de moda masculina também amargou uma queda de 5,7% na Itália em 2012, depois de uma queda de 4,2% em 2011, de 2% em 2010 e de 3,4% em 2009!
No que se refere aos estrangeiros, o avanço do número de visitantes foi de 4%, chegando a 7.700 visitantes. O que fez com que o crescimento global dos visitantes no Pitti fosse de 1,7%, chegando a 18.700 pessoas.
De acordo com os dados publicados pelo salão, os visitantes estrangeiros vieram de mais de uma centena de países. Dos quais 900 Alemães, o contingente mais numeroso, seguido desta vez pelos Japoneses com 870 visitantes. Será que não há a influência do e-Pitti aí, pergunta-se Raffaello Napoleone, referindo-se ao site desenvolvido pelo salão, o qual conta com uma versão japonesa desde o verão passado (uma versão em russo será lançada neste verão). "É preciso observar que duas pessoas estão trabalhando permanentemente em nossa organização para o Japão, uma atendendo à imprensa e outra, aos compradores", destaca o diretor do Pitti.

Também estão em forte crescimento os Russos, os Americanos, os Chineses, Coreanos, Turcos e os visitantes de Hong Kong. Da mesma forma, os países do Sudeste Asiático, como Singapura e Malásia. Por fim, a Ásia Central (Azerbaidjão e Cazaquistão) e o Oriente Médio também avançam.
No que diz respeito à Comunidade Europeia, os compradores franceses continuam em quantidade estável. Pelo contrário, em relação aos Ingleses, Espanhóis, Holandeses e Austríacos há queda. Contudo, Raffaello Napoleone constata um avanço de países como a Bélgica, Portugal, o Norte da Europa e a Suíça.
Para o diretor da Pitti Immagine, os grandes compradores da moda masculina estão aí. Na verdade, uma marca francesa, como a Tom Edwards do grupo LTB (Serge Blanco) recebeu em seu estande muitos varejistas franceses, como a Cartouche de Toulouse, a Smart de Lion, a Curtis de Boulogne-Billancourt, a equipe da Galeries Lafayette etc.
O único ponto negativo: se por um lado os Japoneses, por exemplo, continuam permanecendo no salão por muito tempo, três ou quatro dias, por outro parece que os compradores europeus reduziram sua presença em Florença para dois dias e uma noite. Provavelmente uma maneira de economizar.
Segundo Raffaelo Napoleone, não é preciso se orgulhar somente dos negócios bem visíveis nos estandes das marcas, grandes ou pequenas. De acordo com o diretor da Pitti Immagine, está sendo feito um trabalho nos bastidores do Pitti, entre agentes e marcas, marcas e fabricantes de private labels, assinaturas de licenças etc. "Um trabalho que existe porque o Pitti existe", destaca. Além do mais, insiste o diretor da Pitti Immagine: "Não podemos dizer que no Pitti não se viu nada de novo, de interessante".
Palavras que fazem eco com as de Shota Kondo, diretor-geral do Isetan, em Tóquio: "No Japão, há cerca de dez anos, o Pitti Uomo era considerado um evento importante para as roupas clássicas. Hoje, quando penso no Pitti, me vem à cabeça todos os tipos de estilos: o esporte, a moda, a rua. A feira oferece uma gama completa e vanguardista. Uma ocasião importante para compreender as tendências, o estilo etc. da próxima estação".
Antes mesmo dos pedidos, é esta pesquisa de informações que os visitantes vêm buscar no mercado da moda masculina. Uma missão que parece, de acordo com nossos interlocutores, cumprida!
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