Agência LUSA
16 de mar. de 2015
ModaLisboa : Pedro Pedro encerra uma 44.ª edição repleta de boas apostas
Agência LUSA
16 de mar. de 2015
Lisboa (Lusa) – O desfile da coleção de Pedro Pedro para o inverno 2016, musicado ao vivo por Xiboni e Moullinex, encerrou no passado domingo (15), no Pátio da Galé, a 44.ª edição dos desfiles da ModaLisboa.

Para o próximo inverno europeu 2015-2016 (2016 aqui no Hemisfério Sul), Pedro Pedro teve como materiais de eleição fazendas e malhas e, nas cores, apostou no cinzento, preto e rosa velho em silhuetas longas.
A calma da apresentação de Pedro Pedro, que começou pelas 23h00, uma hora e meia depois do previsto, contrastou com a performance que foi o desfile de Nuno Gama, o mais concorrido em termos de público nos três dias desta edição.
Em “Lusíadas I” houve aves de rapina, um ator vestido como o poeta Luís Vaz de Camões – com pala no olho e tudo, e a habitual cruz de Cristo adornando as peças de roupa.
No final, com os manequins todos na passerela, cantou-se o Hino de Portugal, com parte da plateia de pé e mão no peito acompanhando a voz que saía das colunas.

O último dia começou pelas 15h00 na Casa da Balança da Marinha Portuguesa com um desfile que serviu de lançamento de uma plataforma na qual “qualquer pessoa pode intervir”.
Segundo Alfredo Orobio, da Awaytomars, “a ideia não é ser uma marca de moda”, mas sim “possibilitar que todos experimentem o design”.
“Toda a gente tem ótimas ideias, mas muitas ficam no papel. Com a plataforma damos ferramentas para poderem pô-las em prática”, disse à Lusa no final do desfile/apresentação.
O trabalho que foi visto na passerela, essencialmente peças brancas, “telas em branco”, e outras com um padrão “que é um resultado de todas as cores que existem”, resultou do trabalho de “30 pessoas”.
Com escritório em Lisboa e produção no Norte de Portugal, a Awaytomars é uma “comunidade internacional onde qualquer um pode participar”, basta registar-se no site.
O coletivo Awaytomars partilhou a passerela com Nair Xavier, que apresentou uma coleção que “busca o equilíbrio de proporções e a racionalidade de formas, influenciados esteticamente pelo filme ‘Bright Star’, de Jane Campion, que narra o romance de John Keats e Fanny Brawne durante a década de 1880”.
Os desfiles passaram depois para o Pátio da Galé, onde arrancaram com “Darling” de Filipe Faísca, coleção cuja produção contou com a ajuda de nove meninas, com idades entre os seis e os 16 anos, oito delas em tratamento no Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa.

Numa coleção onde o laranja e o azul foram cores dominantes, Filipe Faísca apresentou algumas peças em preto e branco, adornadas com desenhos feitos pelas crianças.
Seguiu-se o desfile da coleção “Liberdade nos 40 anos de Independência” da angolana Nadir Tati, na qual a designer de moda trabalhou o conceito de “diva, mulher africana e independente”.
Já Kolovrat apresentou uma coleção na qual “as linhas clássicas são suavemente influenciadas por camadas artesanais que criam adornos lúdicos, usando escalas diferentes de modo a influenciar a forma, silhuetas e texturas que nos lembram as relações fascinantes de micro/macro”.
Desta vez a Saymyname, de Catarina Sequeira, voltou a trabalhar malhas, “parte da identidade da marca”, tal como as blusas grandes e largas, embora “os vestidos de corte justo ao corpo se tornem mais uma vez opção às peças ‘extra large’ [extra largas]”.
A ModaLisboa regressa em outubro para a apresentação das coleções do verão de 2016.
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