Reuters
24 de abr. de 2015
Kering : vendas da Gucci caem mais do que o previsto no 1º trimestre
Reuters
24 de abr. de 2015
O grupo Kering publicou na última terça-feira (21) um volume de negócios marcado pela queda das vendas da Gucci, sua principal marca em plena fase de relançamento e reposicionamento.
O volume de negócios do grupo, também proprietário da Saint Laurent, Bottega Veneta e Puma, totalizou 2,65 bilhões de euros, anotando um avanço de 11,4%, impulsionado pelos efeitos favoráveis da queda do euro.
Com taxas de câmbio constantes, as vendas recuaram 0,6%, puxadas para baixo pela forte queda da Gucci e pela clara desaceleração da Bottega Veneta.
A Gucci, que representa mais de 60% da rentabilidade da Kering, viu suas vendas caírem 7,9% com taxas de câmbio constantes – depois de uma queda de 0,5% no último trimestre e de um recuo de 1,1% no acumulado do ano de 2014 –, enquanto os analistas contavam com um recuo compreendido entre 3% e 4%.
A queda foi de 4% na rede de lojas sob gestão direta da marca (83% do volume de negócios), ao passo que ela atingiu 23% entre os distribuidores terceiros, onde a Gucci entregou voluntariamente menos com o objetivo de evitar, entre outras coisas, de alimentar o mercado paralelo, nos dizeres do diretor financeiro do grupo, Jean-Marc Duplaix.
A grife florentina sofreu com uma base de comparação desfavorável no Japão (suas vendas haviam saltado 30% há um ano antes do aumento do IVA) e com uma forte queda em outros locais da Ásia (-10%), enquanto suas vendas ficaram positivas na Europa Ocidental, graças aos fluxos turísticos nutridos pela queda do euro, e estáveis nos Estados Unidos.
O efeito do IVA japonês custou dois pontos de crescimento à Gucci, explicou o diretor financeiro.
Sob a direção do seu novo designer Alessandro Michele e do seu novo presidente executivo, Marco Bizzarri, a grife deve, segundo o presidente executivo da Kering, reatar com o crescimento a partir do segundo semestre.
Questionado sobre uma possível harmonização dos preços entre a Europa e a Ásia, como anunciado pela Chanel, o diretor financeiro respondeu que a reflexão seria realizada, levando-se em consideração “marca por marca e produto por produto”.
A Bottega Veneta, bem exposta em Hong Kong e Macau (19% das suas vendas em 2014) – regiões atingidas por uma forte queda dos fluxos turísticos chineses – desacelerou com força a cadência para +3,1% (depois de +6,8% no quarto trimestre de 2014), enquanto a Saint Laurent deu continuidade à sua brilhante trajetória (+21,2%).
Em outros locais, as outras marcas do segmento moda e marroquinaria (Balenciaga, Stella McCartney, Alexander McQueen) anotaram desempenhos positivos, com uma alta de 16% em suas redes de lojas sob gestão direta, ao passo que as vendas foram bem negativas entre os relógios (Girard Perregaux, Ulysse Nardin).
As vendas da fabricante de equipamentos esportivos Puma aumentaram 4,5%, depois de 6,5% no fim do ano de 2014.
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