Fibre2Fashion
25 de abr. de 2022
Índice do algodão no Brasil permanece estável na primeira quinzena de abril
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25 de abr. de 2022
O preço do algodão oscilou ligeiramente no mercado brasileiro na primeira quinzena de abril, influenciado pelo dólar e pela cotação do produto no exterior. Ainda assim, o Índice CEPEA/ESALQ para o algodão ficou em torno de R$ 7,1/libra durante toda a quinzena. Entre 31 de março e 14 de abril, esse índice caiu 0,87%, para R$ 7,1951/libra em 14 de abril.

“No mercado spot nacional, a liquidez foi condicionada pela disputa entre os agentes por preço e qualidade. Muitos compradores, em sua maioria agentes de processadores, ficaram afastados do mercado, trabalhando com o algodão estocado e/ou sendo entregue (comprado anteriormente). Esses compradores consideraram os preços no spot muito altos e relataram dificuldades para repassar esses valores aos subprodutos. Somente os compradores com necessidades urgentes compraram algodão na primeira quinzena de abril”, disse o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), com sede em São Paulo, em seu último relatório quinzenal sobre o mercado brasileiro de algodão.
Alguns vendedores, principalmente agricultores, estavam ligeiramente dispostos a baixar os preços pedidos para fechar novos negócios, mas muitos não tinham necessidades urgentes de vendas e ficaram focados na gestão das culturas em desenvolvimento.
Quanto aos contratos a prazo, os agentes estavam interessados em fechar negócios para entrega nos próximos meses, principalmente para o algodão das safras 2020-21 e 2021-22. No entanto, a diferença entre os preços de pedido e de lance restringiu os negócios, que em sua maioria eram fixados em reais e/ou em dólar. Além da indústria tentar garantir a matéria-prima para a produção, as tradings também estavam interessadas em comprar algodão diretamente dos agricultores, acrescentou o relatório.
Até agora, pelo menos 44% da safra brasileira 2020/21 e 26,8% da safra 2021/22 foram vendidos, de acordo com os dados do BBM compilados pelo CEPEA. Nas cinco temporadas anteriores, a média foi de 86,9%.
Em volume, na safra 2020-21, foram comercializados 1,056 milhão de toneladas de algodão. Destas, 488.040 toneladas foram compradas no mercado interno, enquanto 468.570 toneladas foram vendidas no mercado internacional; 99,7 mil toneladas foram vendidas por meio de contratos flex (exportações com opção de venda no mercado brasileiro). Da safra 2021/22, foram comercializadas 756.860 toneladas, principalmente para exportação (418.980 toneladas) e 255.300 toneladas no mercado brasileiro; os contratos flexíveis somam 82.560 toneladas.
Dados do Imea divulgados em 11 de abril mostraram que em Mato Grosso, 98,57% da produção 2020/21, quase 68% da próxima safra e 22,9% da safra 2022/23 foram vendidos.
Em outro relatório divulgado em 7 de abril, a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento do Brasil) estimou a área nacional com a safra de algodão 2021-22 em 1,6 milhão de hectares, estável em relação ao reportado em março, mas 16,8% maior do que no temporada anterior. Espera-se que a produtividade aumente 2,7% em comparação com a de 2020-21, para 1.767 quilogramas por hectare. Assim, a produção pode ser 19,9% superior à safra passada, totalizando 2,82 milhões de toneladas. Em relação ao estimado em março, a produtividade e a produção foram revisadas em alta de 0,13% e 0,12%, respectivamente.
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