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UseFashion
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Publicado em
5 de jun. de 2011
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Fashion Rio: balanço 6º dia
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5 de jun. de 2011
5 de jun. de 2011
Chega ao fim outra edição da semana carioca, talvez a mais substancial dos últimos tempos, recheada por boas apresentações e marcada não por uma mudança de rumos, mas pelo amadurecimento das características da moda que sempre passou por aqui. Há muito o que comemorar sobre esse ponto em particular, que acena com a maturidade da produção e traduz os resultados positivos acumulados nestes anos de profissionalização. Saiba agora como foi a apresentação das últimas 5 marcas.
Walter Rodrigues
Walter Rodrigues vem desenhando uma trajetória curiosa nas últimas temporadas. Deixou de lado o interesse pelo complicado, pelas visualidades temáticas e saturadas e enveredou por uma simplificação calculada, um projeto que vai se mostrando bem sucedido a cada investida nesta roupa serena e bem executada que ele vem apresentando. Há quem possa sentir falta de aventuras e experimentações mas, no caso, não há perdas, só ganhos. O acento esportivo da coleção refresca e atualiza as bases clássicas, e a sequência final com delicadas peças construídas em texturas de organza é prova acabada do bom momento de Walter. Além do mais, é estimulante ver alguém construir uma linguagem de rigor e contenção, longe da vertente tropicália do Made in Brasil. Não que haja algo de errado com ela, mas vamos combinar que diferença é algo saudável e necessário neste ambiente.


Nica Kessler
A coleção da Nica Kessler resume bem o que vem se passando no Rio, onde tem sido fácil detectar a evolução da produção, com a maioria das marcas transmitindo segurança nas escolhas e exibindo bons resultados. A estilista apresentou coleção enxuta, toda ela uma interpretação particular de temas náuticos, com muito cordões tratados como decor e fechamento, e delicadas estampas de balneário com aspecto de pintura de porcelana. A modelagem é correta, bem proporcionada e opta pelo confortável sem perder a graça. Bom trabalho.


Cantão
A Cantão, de tradiçào étnica-hippie-setentista, é outra prova de que não há nada mais saudável para a moda brasileira que uma estação atrás da outra dentro de um bom esquema profissional. Sem se afastar do que sempre foi, é outra marca a modular as próprias referências, saindo da condição de refém delas para assumir o comando do estilo. Deve ser isto que a divulgação queria dizer quando anunciou como tema “a liberdade de seguir os próprios desejos”. A coleção é recheada de vestidos bonitos, cores quentes, modelagem fresca e ideias atraentes. Particular dentro do que é comercial, como é o caminho indicado para uma marca deste porte.


British Colony
Justiça seja feita, a British Colony já sinalizava em estações anteriores o direcionamento que hoje atrai várias outras marcas, o da tropicalidade depurada, com base na alfaiataria e sem pesar a mão na estamparia. Do jeito que ela faz é coisa dela, e desta vez as particularidades se acumulam. Caso das transparências, adotadas com sutileza no feminino e no masculino, funcionando muito bem nos hoodies dos rapazes, particularmente. Ao incorporar vários elementos esportivos misturados com peças clássicas, tendência definitivamente consagrada nessa edição, a coleção enfileira acertos e só escorrega nos paletós masculinos estampados. Opção adotada também em outras apresentações sem bons resultados em nenhuma delas.


Auslander
Marca ainda nova, amadurecendo rápido em função da vontade criativa da equipe e por força da sequência ininterrupta de apresentações no Fashion Rio desde 2009. Esta é a 6ª. A Auslander ficou com a missão de encerrar a semana carioca, desta vez falando sobre a Geração Y, ou Millenials ou Globalists, como são chamados aqueles que passaram pouco dos 20 anos e trafegam com desenvoltura por redes sociais e e outras práticas do mundo digital. A roupa é feita de básicos com estilo, com muitos vestidos curtos, T-shirts,um pouco de alfaiataria, de casual, de noite jovem e urbana e certa descontinuidade formal que traduz bem o público que a marca homenageia e corteja. Até agora, o melhor desfile da Auslander. No casting, o modelo sérvio 100% andrógino Andrej Pejic e o canadense Rick Genest, o Zombie Boy, este com as tatuagens sob os holofotes da mídia mundial, em função delas mesmas e da presença dele em clip de Lady Gaga e campanhas.


Fotos: Agência Fotosite
Eduardo Motta
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