12 de jan. de 2016
Érica Giacomelli: a vez dos homens no mercado de luxo
12 de jan. de 2016
O mercado de luxo tem evoluído de maneira atípica. Além de ser um setor que não pára de crescer, mesmo em tempo de recessão econômica, também tem criado novas segmentações no que diz respeito aos consumidores e até à definição da palavra luxo.
A última tendência atribui-se ao universo masculino, que cada dia mais adere ao consumo de alto padrão. Os homens de hoje estão ligados em moda, beleza, design e lifestyle e procuram não só fontes de inspiração, como marcas que dialoguem e que atendam aos seus pedidos e desejos.
Comparativamente, o homem está mais ligado ao mundo do design. Devido a diversos fatores (até mesmo sociais); eles estão cada vez mais sendo incluídos nas tarefas e decisões da casa (tanto sua própria quanto na do casal). Ficam mais atentos à aparência, funcionalidade, estilo e personalidade de diversos espaços, mas especialmente de seu lar.
Toda essa convergência do homem estar mais interessado no design de interiores se dá a partir de diversas causas sociais e econômicas, que influenciam e ainda vão continuar a mudar o seu dia a dia, sendo algumas delas: ampliação do papel do homem em casa, divisão das tarefas domésticas, uso frequente do home office (que contribuí para a vontade de ter um ambiente agradável), maior utilização da casa para receber amigos e expansão da gastronomia para uma tarefa masculina.
Além da tendência da ampliação e integração da cozinha, é possível ver também outras novidades surgindo: mistura entre lazer e trabalho e a junção do home theater com a sala de estar para receber mais pessoas e tornar o ambiente confortável e ao mesmo tempo tecnológico.
Lojas para eles
A consagrada Louboutin teve grande sucesso ao inaugurar lojas recheadas de ícones de sola vermelha só para eles. A ideia é que a segmentação renda 15% da fatia total de vendas da marca.
Eles não estão sozinhos ao apostar no mundo masculino, a única loja para homens da Hermès em Nova York foi inaugurada em 2010.
Já as lojas de departamento mais conceituadas do mundo, como a francesa Printemps, a britânica Harrods e a americana Bergdorf Goodman redesenharam as suas lojas para dar mais espaço aos artigos masculinos, que cada dia que passa ganham mais procura nas gôndolas.
A Louis Vuitton também investiu pesado no setor masculino contratando Kim Jones como diretor de estilo de prêt-à–porter, que incluiu a venda de sapatos feitos sob medida em Milão.
Outro exemplo vem do grupo de moda Kering, que reúne marcas como Gucci, Yves Saint Laurent, Alexander McQueen e Bottega Veneta, que adquiriu a Brioni, marca italiana de alfaiataria masculina e lançou concept stores masculinas da Gucci e da Bottega Veneta na China.
Artigo de Érica Giacomelli: arquiteta, mestra em design de interiores pelo Instituto Marangoni, curadora de conteúdo e brand specilaist.
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