AFP
Novello Dariella
25 de out. de 2017
Condé Nast bane o fotógrafo Terry Richardson após acusações de assédio
AFP
Novello Dariella
25 de out. de 2017
O fotógrafo norte-americano de moda, Terry Richardson, acusado por modelos de cometer assédio sexual há anos, não terá mais seu trabalho publicado em algumas das principais revistas do mundo, confirmou a Condé Nast na terça-feira (24).

A medida mostra a que a redução da tolerância para homens poderosos acusados de assédio sexual, após a queda do célebre produtor de Hollywood, Harvey Weinstein, que foi acusado por um grande número de atrizes, modelos, entre outras mulheres comuns de assédio, conduta imprópria, manipulação e abuso de poder
A editora Condé Nast International, que tem sede em Londres e detém revistas como Vogue, Vanity Fair e Glamour, enviou um e-mail ao grupo na segunda feira (23) anunciando que não trabalhará mais com Terry Richardson.
Os funcionários foram informados de que qualquer trabalho já encomendado a Richardson que ainda não tiver sido publicado deve ser "morto ou substituído", informou o jornal britânico The Daily Telegraph.
A empresa confirmou o conteúdo do e-mail e disse que fará mais comentários. A Condé Nast US informou que não tinha "nada planejado" com o fotógrafo, que é casado e pai de dois filhos.
"O assédio sexual de qualquer tipo é inaceitável e não deve ser tolerado", informou a filial norte-americana da empresa de mídia na AFP em um e-mail.
O fotógrafo de Nova York tem 52 anos e é famoso na indústria da moda por produzir imagens sexualmente explícitas e controversas de modelos.
Seu trabalho apareceu em revistas brilhantes e ele fotografou diversas campanhas para marcas de moda de luxo, como Valentino, Carolina Herrera e Yves Saint Laurent.
Ele fotografou Barack Obama antes de sua eleição para presidente e dirigiu o vídeo de Miley Cyrus para o single "Wrecking Ball" 2013, no qual ela aparece nua. Cyrus disse que lamenta ter feito o vídeo.
Confrontado há anos com alegações de exploração sexual de modelos, Richardson, assim como Weinstein, insistiu que todos as relações foram consentidas.
Em 2014, ele conversou com o Huffington Post para "corrigir" o que chamou de "caça às bruxas emocionalmente carregada" contra ele.
"Eu colaborei com mulheres adultas que estavam plenamente conscientes da natureza do trabalho", escreveu ele. "Nunca usei uma oferta de trabalho ou fiz ameaças de repreensão para coagir alguém em algo que não queriam fazer".
Na terça-feira (24), um representante disse que Richardson estava "desapontado".
"Muitas de suas interações profissionais foram de natureza sexual e explícita, mas todos os indíviduos consentiram em participar de seu trabalho", disse o representante.
A Condé Nast International agiu um dia após o jornal britânico Sunday Times questionar o motivo de Richardson ainda ser "festejado por fashionistas", apesar de "ter a reputação de ser o Harvey Weinstein da moda".
O modelo americana, Cameron Russell, lançou na semana passada uma campanha no Instagram intitulada #MyJobShouldNotIncludeAbuse (meu trabalho não deve incluir abuso) que gerou mais de 70 contas anônimas de abuso, comportamento obsceno e assédio.
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