UseFashion
30 de out. de 2014
Casa de Criadores : 3º dia, do futurismo dos anos 1960 às tribos góticas
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30 de out. de 2014
Nesta 36ª edição, a Casa de Criadores buscou aumentar o número de estilistas e marcas do evento. O terceiro dia apresentou a miscigenação dos estilos, do futurismo dos anos 1960 às tribos góticas.
Considerada uma das maiores edições já realizadas, o 3° dia de desfiles da temporada inverno 2015 contou com 9 marcas participantes, sendo duas a mais que o segundo dia. Confira:
O estilista Igor Dadona em parceria inédita com a loja Hangar 33 apresenta a icônica estampa de avião da grife Camu por Igor Dadona em composições que remetem ao universo da aviação. O designer focou não apenas no viés utilitário da prática da aviação, mas também na sofisticação e imponência dos aviadores. Calças, jaquetas, parkas, camisetas e blusas aparecem em tons de bege e verde, além de preto. O principal acessório utilizado foi um chapéu em formato de avião de papel, porém confeccionado em material de chapéu (com forro e interno consistentes).
Igor Dadona também desfilou sua coleção homônima, inspirada no universo prisioneiro. Além da prisão física, o estilista faz uma referência ao sentimento de prisão, relacionado à estar preso à alguém ou a uma memória. Algumas peças surgem no xadrez formato micro, em alusão à estar preso no ‘’xadrez’’, e no decorrer de outros modelos a estampa aparece em tamanho macro. A presença de laços nas vestimentas fazem jus à asfixia da prisão. As estampas confeccionadas diretamente nas roupas tem a intenção de lembrar as famosas tatuagens feitas nas prisões.
Karin Feller investiu no contraste entre a cidade e o interior, mesclando as diferenças entre a cidade grande e o cotidiano calmo. Para evidenciar isso na coleção, a estilista usa uma silhueta justa em alguns looks, e aposta em peças confortáveis em outros. Top, saias, calças, vestidos e blusas de tricô são algumas das peças presentes na passarela para remeter a exposição desses dois ambientes. A cartela de cores transita entre tons bege, azul, preto e roxo.
Rober Dognani aposta na tribo de nômades góticos que viajam pelo mundo para seu inverno 2015. O estilista traz para a passarela a intensidade, o drama e o caos de um grupo que transita do universo underground ao mainstream. Abusando do látex, matéria-prima predominante nas peças da coleção, é possível encontra-lo dando novas texturas ao jeans, renda, malha e tricô.
Rafael Caetano aborda o escotismo para o seu inverno 2015. Trazendo raízes adventures às peças, o estilista aposta em modelagens longilíneas e sobreposições para apresentar um escoteiro sofisticado. Para ressaltar ainda mais seu tema de inspiração, Rafael optou por utilizar bandeiras, lamparinas, cordas e cantis em alusão aos objetos pessoais dos escoteiros. A cartela de cores transita do bronze, terra, camel e branco.
Luiz Leite traz o universo do jeans para a passarela. Com uma coleção totalmente masculina, Luiz investiu em peças com lavagens distintas, do azul tradicional do denim ao azul ‘’surrado’’. Calças, shorts com comprimento acima do joelho e sobreposições são algumas das peças que o estilista trouxe para o evento. A aposta do designer são peças confortáveis e descontraídas para o dia a dia. Vide a afirmação de conforto nos calçados escolhidos para compor o look de desfile.
Ocksa, marca estreante no Projeto Lab, traz para o inverno 2015 na Casa de Criadores a arquitetura pós-moderna dos anos 1960 e no trabalho do artista Arthur Luiz Piza, que tem forte influência de assimetria em suas obras. Intitulada ‘’Concreto Armado’’, a coleção vem para a passarela inspirada em diversas obras arquitetônicas. Moletom, feltro de lã e tramas são algumas das composições presentes na coleção da marca. Cinza é a cor predominante nas peças, porém bege, verde e marrom aparecem com frequência nos modelos.
Tarcísio Brandão apresenta na passarela, também do Projeto Lab, uma inspiração na miscigenação e mistura de diferentes tribos. Com o mote do corpo como primeira tela de inspiração artística, o estilista aposta em peças feitas handmade, como é o caso de modelos confeccionados em macramê, técnica que não utiliza costura, e é feita apenas de fios e nós. Na coleção ainda é possível se deparar com peças feitas de tricô e renda labirinto. Tarcísio se intitula fazer uma moda Slow Fashion artesanal.
Tilda traz, para sua participação no Projeto Lab, o streetwear com inspiração do futurismo dos anos 1960 e referências dos astronautas da NASA. A partir disso, o estilista Anderson Thomaz incluiu o volume do japonismo como uma das modelagens da coleção. As cores giram em torno do preto e do branco podendo ter aplicações de cinza e prata para dar o efeito do futuro além do tempo. A cartela de tecidos permeia entre paetês, babados, rendas, malhas, lãs, tramas de alumínio e nylon. Sobreposições são o ponto alto da coleção segundo o estilista.
Fotos: Marcelo Soubhia/ Agência Fotosite / Divulgação
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