Guia JeansWear
6 de ago. de 2015
Visual Merchandising I: Ambiências com efeito armadilha no Inverno 2016
Guia JeansWear
6 de ago. de 2015
De um lado, uma experiência onde o observador é irremediavelmente transportado para o próprio target da marca. Do outro, o uso direto do produto final, a roupa, como principal protagonista.

Duas lógicas opostas, cada vez mais evidentes nos conceitos de Visual Merchandising e que atualmente coexistem como tendência direcional nos grandes eventos voltados para o fashion business, consequências da mesma divisão entre correntes de pensamento que vem marcando a indústria da moda.
E por esse motivo, nesta semana vamos ater nossa análise ao primeiro tópico mencionado, onde a toda a ambiência é elaborada para atuar com o produto, o qual representa a evolução das práticas que vem já vem sendo exploradas, porém no contexto dos temas e tendências que estarão em evidência na temporada equivalente ao Inverno 2016. Já a segunda lógica, onde a roupa torna-se o centro das atenções, será contemplada na próxima semana.
Nos espaços onde as ambiências atuam como principal assédio; a interação do observador é trabalhada como um efeito inevitável da sua própria movimentação, resultado de uma verdadeira armadilha que o transforma no próprio ponto de partida para uma experiência formidável. Para obter tal resultado, o melhor e mais eficaz recurso está no ranger das tábuas: basta adentrar no espaço planejado pela marca, para que o próprio cliente torne-se maestro de uma sonoridade capaz de remeter ao passado vinculando o ritmo das passadas às próprias memórias pessoais.
A idéia, que já vem de outras temporadas, desta vez ganha mais definição e imponência, alcançando a realidade de reproduções fiéis de cabanas, ateliers e galpões; e mostrou-se recorrente nos espaços das grifes que alinharam suas coleções ao universo surfwear, às inspirações étnicas, ao vintage cosmopolita e mesmo o estilo boho urbano.

Como exemplos, temos nomes como Rich&Royal, Adenauer, Cipo&Baxx e La Isla Bonita, onde o “tablado” foi explorado com notas de madeira e misturado ao cheiro do capim seco e das plantas. Enquanto isso, propostas mais urbanas e relacionadas aos esportes apostaram na reprodução do interior de uma casa simples, dialogando com manequins repletos de movimento.
As marcas aventureiras, por sua vez, usaram estacas, enquanto coleções femininas com temas boho e visual étnico acrescentaram às notas de madeira charmosas luminárias de franjas multicoloridas e arranjos de palha.
Por fim, no estilo vintage mais viril, móveis excêntricos expondo os produtos com praticidade e organização, “costuraram” a idéia de atelier às exigências de interação, criatividade e agilidade da temporada dentro de um contexto mais refinado.
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