Vanguarda internacional reina em Paris
Apesar da Fashion Week em grande parte em formato virtual, as coleções vistas em Paris neste final de semana não deixaram de encantar. Pela sua diversidade e inventividade, as novas marcas internacionais, mas também algumas já consolidadas que desfilam na capital, seduziram com a originalidade das suas propostas. Assim como a marca do português Ernest W. Baker, a sediada em Berlim GmbH e a do designer dinamarquês Henrik Vibskov.
Ernest W. Baker: retrô rock
A marca Ernest W. Baker fundada pela portuguesa Inês Amorim e pelo norte-americano Reid Baker, que estreou na Paris Fashion Week (PFW) no verão passado, continua voltando no tempo, viajando em busca de uma elegância masculina perdida, que procura restaurar os códigos de vestuário antigos com os de hoje. Este desejo foi confirmado e marcado por um filme com uma atmosfera nostálgica, onde os modelos da marca caminham pela noite dentro à chuva, protegidos pelos seus guarda-chuvas, e segurando um buquê de rosas molhadas.
O resultado? Uma coleção com um certo frescor onde a elegância impecável e retrô de outrora é revigorada por um espírito rock. Assim, em vez de galochas, os modelos calçam botas de cowboy coloridas, dentro dos quais enfiam as calças, enquanto todo o tipo de detalhes e acessórios de couro completam a silhueta, desde luvas até aos colarinhos e punhos de couro preto que forram certos casacos.
Ternos impecáveis com bermudas em xadrez preto e branco ou casacos trespassados em tons de vermelho alternam com trajes mais jovens de inspiração universitária americana, com o clássico casaco de Teddy, camisas de colarinho com botões, e um casaco de cardigã com um placket de botões em uma cor diferente. Um padrão de rosas suaviza a ponta em coletes sem mangas, shorts e conjuntos de calças jeans.
GmbH: do couro às penas
Encontramos as mesmas botas de montaria usadas com bermudas brancas ou calças justas em denim ou couro caramelo na GmbH, a marca de Berlim gerenciada pelo fotógrafo de origem paquistanesa e norueguesa Benjamin Alexander Huseby (um regular das revistas Dazed e Purple) e o designer alemão de origem turca, Serhat Isik.
Mas o estilo é de outro registro, oscilando entre a virilidade e a sensualidade. Por um lado, um aspecto hussardo, com as botas de cano alto, os casacos trançados, as camisas coloniais com bolsos abotoados até a gola. Sem falar no aceno para o emblema do martelo e da foice, desviada em dois martelos cruzados, que dominam os suéteres.
Por outro lado, o casaco é decotado como um vestido, as camisas são desabotoadas e amarradas na cintura, a paleta vai do lilás ao azul bebê. Os maiôs esportivos se transformam em tops franzidos, o cardigã é jogado sobre os ombros como um xale. Penas leves de boa pegam a gola de um casaco ou camisa jeans, ou mesmo de um casaco e blusa, em branco, rosa claro e azul celeste. Observe a camiseta que defende uma Palestina livre feita em colaboração com a marca palestina Trashy Clothing.
Henrik Vibskov: gráfico e solar
O estilista dinamarquês, presente na Semana Masculina da Moda de Paris desde 2003, apresentou uma coleção primavera-verão 2022 para homens e mulheres alegres, com volumes confortáveis, apresenta através de um divertido vídeo intitulado “The Sun Will Shine on the Assemble Line" (o sol vai brilhar na linha de montagem).
Um grupo de personagens heterogêneos de todas as idades se apresenta, depois de ter carimbado sua hora de chegada como na fábrica, em uma grande sala iluminada, em frente a uma linha de montagem futurística, onde devem modelar os acessórios e peças de vinil brancas que irão decorar as roupas da coleção, como protuberâncias futurísticas: golas, ombreiras, lapelas.
Seus looks são coloridos, privilegiando o xadrez (pequenos e grandes) e os padrões geométricos ou os tecidos jacquard. As jaquetas das camisas são usadas sobre shorts ou calças de algodão esvoaçantes, os casacos ganham cara de quimono, os ternos são rasgados nas panturrilhas, os suéteres tricotados à mão em tons de cinza.
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