VF Corp. foca expansão do varejo na região EMEA em Londres e Milão
“Impulsionamos estilos de vida sustentáveis e comprometidos para melhorar a vida das pessoas e da natureza.” Esta mensagem tingida de responsabilidade ecológica está escrita em grandes letras azuis no piso de azulejos do hall da sede europeia da gigante desportiva americana VF Corp, estabelecida em Stabio, Suíça. Juntamente com um grupo de jornalistas europeus, a FashionNetwork.com entrou no local na terça-feira, 8 de outubro, para saber mais sobre as ambições do grupo detentor das marcas Vans, Eastpak, Timberland ou Napapijri em matéria de produção sustentável (um dos pilares da sua nova estratégia), distribuição mundial e as suas intenções no Velho Continente, começando pela França.
Os eixos de desenvolvimento da VF, que reivindica um volume de negócios de 11.8 bilhões de dólares em todo o mundo (+12%), são claros e bem definidos: marcas fortes, mais lojas monomarca e maior presença nos mercados asiáticos, onde as perspetivas de crescimento parecem atrativas.
"Antes de mais, o nosso portefólio de marcas é, atualmente, mais coerente e mais eficiente, desde a venda das nossas marcas de denim Lee e Wrangler. Em seguida, vem o desenvolvimento da nossa presença na Ásia: a zona mais pequena em termos de volume atualmente, mas a que oferece as maiores taxas de crescimento. Por fim, o BtoC tornou-se fundamental para nós, enquanto antes éramos apenas wholesalers. Agora, mesmo que não nos consideremos retailers, mais de 50% dos nossos investimentos estão relacionados com o BtoC no sentido lato. Isso passa nomeadamente pela nossa plataforma digital, que gere os negócios de todas as nossas marcas ao longo de toda a cadeia de abastecimento, mas também por promover experiência de consumidor, pela formação, pelo recrutamento das equipes, etc.", afirma Martino Scabbia Guerrini, vice-presidente executivo e presidente do grupo VF para a região EMEA.
No final de setembro, Steve Rendle, CEO da VF Corp, já havia começado a desvendar, através de um comunicado, as principais prioridades e a estratégia do grupo até 2024.
Ontem, Martino Scabbia Guerrini aproveitou a oportunidade para discutir os objetivos e as especificidades desta região. Na zona EMEA, o grupo aponta para uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 6 a 7% entre 2019 e 2024. Um aumento alcançado através do trio «GAS», Alemanha, Áustria e Suíça, com +10 a +11% esperados.
Uma previsão de crescimento anual de 7 a 8% em França nos próximos cinco anos
França deverá aumentar 7 a 8%, enquanto o Reino Unido e Espanha deverão ganhar +5 a 6% cada. Itália deverá, por seu lado, crescer menos fortemente, com +2 a + 3%. Por fim, os restantes mercados da zona deverão oscilar entre +6 e +7%.
Para isso, o grupo americano quer expandir a sua rede de varejo nas metrópoles europeias. O seus dois principais alvos? Neste momento, Londres e Milão. A capital britânica será assim palco de duas aberturas próximas. Nesta quinta-feira, uma vasta flagship chega à Oxford Street. Londres também é a cidade que possui uma "House of Vans" permanente, misturando moda, skate, música e cultura de rua. Esta será uma das maiores lojas da marca. Em novembro, será a vez da Timberland inaugurar uma flagship na Carnaby Street: será a primeira loja na região EMEA com o novo conceito da marca. Após os seus dois eventos no coração da capital inglesa, a VF comunicará os seus projetos em Milão.
Por outro lado, Paris é vista não com desilusão, mas com uma certa cautela. A administração do grupo ficou escaldada pelas consequências do movimento dos coletes amarelos: "Tivemos que fechar lojas e corners nos grandes armazéns durante vários fins de semana seguidos. Sem contrapartidas. Infelizmente, as vendas foram afetadas. Dito isto, eu adoro, nós adoramos Paris. Sabemos que é uma cidade incontornável para a imagem, a moda e o negócio. Mas, neste momento, já temos uma boa rede de varejo."
Paralelamente, Martino Scabbia Guerrini indicou que as marcas próprias estão a estreitar laços com os principais clientes para criar "parcerias" com os mesmos. Entre os incontornáveis, citou a JD Sports, a Foot Locker e a Intersport no desporto, bem como os grandes armazéns espanhóis El Corte Inglés e os italianos Coin. "Aprendemos muito com estas empresas, que vêm aqui reunir regularmente. São extremamente dinâmicas ao lidar com a natureza mutável do retalho, e questionam-se frequentemente para avançarem melhor e inovarem. Da sua parte, têm todo o interesse em colaborar com as nossas marcas, que lhes agregam valor."
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