
Dominique Muret
14 de jan. de 2013
Um vento de otimismo soprou no Pitti Uomo graças à comunidade internacional

Dominique Muret
14 de jan. de 2013
O Pitti Uomo chegou ao fim na sexta-feira 11 de janeiro com um balanço absolutamente honroso, levando-se em conta a conjuntura atual e a fashion week de Londres, que se sobrepôs aos dois primeiros dias do salão de Florença. Totalizando 30.000 visitantes, dentre os quais 20.600 compradores contra 21.000 no ano passado.

"Esta 83ª edição terminou com um balanço positivo, particularmente com um forte crescimento dos compradores estrangeiros. Em relação às previsões, trata-se de um resultado muito melhor do que o esperado com uma alta de 5%, o que se traduz por 350 a 400 compradores estrangeiros a mais", aponta o administrador delegado do Pitti Immagine Raffaello Napoleone.
Os melhores desempenhos foram registrados com os compradores japoneses (+14%), russos (+40%), chineses (+34%), americanos (+12%), turcos (+13,5%) e sul-coreanos (+11%). É de se observar a alta de 2% dos compradores ingleses, mas também a presença interessante de clientes vindos de Hong Kong, Taiwan, México, Brasil, de alguns países africanos e do Oriente Médio, bem como das Repúblicas da Ásia Central. "Japoneses, Russos, Americanos, Alemães vieram em grande número, ou seja, os grandes mercados que são importantes. Os chineses também apareceram na alta. Daqui em diante eles vêm ao Pitti para buscar oportunidades de negócios e de distribuição", prossegue o CEO do salão.
Cerca de 7.800 compradores estrangeiros se deslocaram de 8 a 11 de janeiro para Florença para fazer seus pedidos das coleções masculinas do outono-inverno 2013-14 contra 7.400 no ano passado. Inversamente, os clientes italianos seguem em forte baixa (12.800 contra 13.600 um ano antes) apresentando um recuo de 6%. "Na Itália, os fechamentos de lojas estão se multiplicando, muitos compradores não estão pagando. É lógico que eles não estão se fazendo ver nos salões", comenta Raffaello Napoleone.
"Os compradores italianos estavam muito ocupados com os saldões. Mas entre estrangeiros e Italianos, tivemos nesta estação mais compradores do que esperávamos", observa Antonella Ricevuti da marca de malha Annapurna. "Tivemos excelentes clientes Italianos. Contudo, observamos uma certa prudência por parte dos compradores, os quais estão preferindo se concentrar, neste momento, em produtos que oferecem um 'porto seguro' e em marcas reconhecidas", adiciona a responsável por uma grande marca de sapatos.

"Esta edição do Pitti confirma a situação econômica da península para o setor de vestuário, com um mercado italiano ainda em dificuldade, mas com um volume de negócios para a moda masculina que está crescendo, assim como as exportações", analisa Raffaello Napoleone.
Segundo os dados preliminares publicados pelo centro de estudos do SMI, a associação patronal italiana do têxtil e do vestuário, o volume total de negócios da moda masculina na Itália deve chegar a 8.6 bilhões de euros em 2012, registrando um crescimento de 1,9%, em desaceleração em relação à alta de 4,2% de 2011, ao passo que as exportações crescem 2,4% chegando a 4.8 bilhões de euros, enquanto elas haviam saltado 10,9% um ano antes.
No que diz respeito às tendências em si, o Pitti Uomo consolidou a onda Heritage e "DNA", assim como a camuflagem, onipresente nas coleções. O próximo Pitti Uomo está programado para ocorrer de 18 a 21 de junho de 2013, enquanto a próxima edição de inverno acontecerá de 7 a 10 de janeiro de 2014. "Podemos dizer que o Pitti Uomo dá o tom para os próximos salões europeus, mesmo que eles tenham uma característica muito diferente da nossa. Nós trazemos um pouco de otimismo", conclui Raffaello Napoleone.
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