A Comissão Europeia autorizou na terça-feira (23) a aquisição, por 7,2 bilhões de euros, do grupo holandês de óptica pela empresa franco-italiana, que se comprometeu a vender 351 lojas em três países para promover a concorrência.

Criada em 2018 pela fusão da especialista francesa em lentes ópticas Essilor com a gigante italiana do eyewear Luxottica, a EssilorLuxottica é proprietária, entre outras, da Ray Ban e detém licenças de marcas de luxo como Chanel, Prada e Versace.
 
A empresa havia anunciado em 2019 a sua intenção de comprar a GrandVision, o que levou as autoridades europeias a abrir uma investigação aprofundada sobre as potenciais consequências para a concorrência.

Entretanto, o projeto deu origem a um impasse entre a EssilorLuxottica e a direção da GrandVision sobre a gestão da crise do coronavírus por parte desta última, um caso levado à justiça holandesa.
 
Para apaziguar os temores das autoridades europeias de que a aquisição da GrandVision pudesse prejudicar a concorrência, a EssilorLuxottica comprometeu-se a vender parte das redes de distribuição do grupo holandês na Itália, Holanda e Bélgica.
 
Na Bélgica, a empresa irá vender 35 pontos de venda da GrandOptical, sem a marca, que poderá ser mantida sob licença ao comprador. Na Itália, o novo grupo irá vender um total de 174 lojas: todas da cadeia VistaSi da EssilorLuxottica e 72 da rede "GrandVision by". Por fim, na Holanda, 142 lojas da rede EyeWish serão vendidas com a marca, que o grupo deve abandonar pelos pontos de venda que manter.

Margrethe Vestager, vice-presidente da comissão responsável por questões de concorrência, declarou: "A nossa investigação aprofundada mostrou que, ao aumentar a sua participação no mercado do varejo, a EssilorLuxottica poderia reduzir o acesso da concorrência aos artigos de óptica das marcas EssilorLuxottica na Bélgica, Itália e Holanda, o que reduziria a escolha e aumentaria o preço dos óculos para os consumidores nesses países."