UE apresenta propostas para uma moda mais sustentável

A UE anunciou na quarta-feira (30) novas propostas para acabar com a "fast fashion", tornando as roupas mais fáceis de consertar e mais duráveis, como parte de um esforço para aumentar as normas ambientais.

"É hora de acabar com o modelo 'escolha, faça, estrague e jogue fora', que é tão prejudicial ao nosso planeta, nossa saúde e nossa economia", disse o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans.

O plano, a ser negociado pelos estados membros e legisladores da UE, visa garantir que até 2030 os produtos têxteis vendidos na UE sejam feitos, na medida do possível, de fibras recicladas e com menos quantidade de microplásticos perigosos. "A fast fashion deveria estar fora de moda, e os serviços econômicos de reutilização e reparo deveriam estar amplamente disponíveis", enfatiza um comunicado.

A proposta contempla a introdução de uma etiqueta nas roupas detalhando a facilidade de reciclagem e o respeito ao meio ambiente. Também inclui a proibição da destruição de produtos não vendidos "em determinadas condições", como roupas que não foram vendidas ou que foram devolvidas às lojas.

A UE afirma que o setor têxtil tem o "quarto maior impacto sobre o meio ambiente e as mudanças climáticas" em seus 27 países, depois de alimentação, habitação e transporte. O bloco estima que os europeus compram 26 quilos de roupas e utensílios domésticos, 73% dos quais são importados, e jogam fora cerca de 11 quilos de têxteis, ou seja, 5,8 milhões de toneladas no total.

A produção têxtil dobrou em todo o mundo entre 2000 e 2015, mas menos de 1% é reciclado e até 35% dos microplásticos lançados no meio ambiente são provenientes de roupas de poliéster ou acrílico.

A proposta relacionada ao setor têxtil faz parte de uma "iniciativa sobre produtos sustentáveis" mais ampla, destinada a reforçar as normas existentes para tornar os produtos mais eficientes em termos energéticos e recicláveis.

O executivo da UE indica que pretende endurecer os requisitos relativos ao design de produtos, impondo o uso de materiais mais duráveis, resistentes e reciclados. Os produtos terão de ser mais fáceis de manter e reparar, e estão previstas medidas concretas, como facilitar a substituição das baterias dos smartphones.