AFP
Estela Ataíde
13 de dez. de 2019
Tribunal rejeita recurso da Kering em dois processos contra Hedi Slimane
AFP
Estela Ataíde
13 de dez. de 2019
O Tribunal Comercial de Paris indeferiu os recursos de dois processos do grupo de luxo contra Hedi Slimane, antigo diretor artístico da sua marca Yves Saint Laurent, numa disputa que dura desde 2016.
Hedi Slimane, de 51 anos, é diretor artístico da Céline (grupo LVMH) desde fevereiro de 2018. Entre 2012 e 2016, foi diretor de design e imagem da Yves Saint Laurent, marca do grupo Kering, propriedade de François-Henri Pinault.
Em junho de 2016, a Kering foi provisoriamente condenada pelo Tribunal Comercial de Paris a pagar 13 milhões de dólares a Hedi Slimane, que exigia a aplicação de uma cláusula de não concorrência ao concluir o contrato que o vinculava ao grupo.
Numa sentença final pronunciada a 3 de dezembro, e consultada pela AFP, o tribunal rejeitou a petição da Kering, na qual esta solicitava a devolução dos 13 milhões de dólares pagos à empresa californiana que gere os direitos comerciais de Hedi Slimane. A sentença também ordenou o grupo a pagar 20 mil euros ao designer e 20 mil euros à sua empresa pelos custos incorridos.
Outra decisão final, também emitida a 3 de dezembro pelo Tribunal Comercial de Paris, refere-se ao acordo de acionistas aprovado em 2013 entre a Kering e Hedi Slimane, acionista minoritário do capital da Yves Saint Laurent, que concedia, entre outras coisas, direito a informações sobre as contas da marca.
Após a saída da Hedi Slimane, em 2016, a Kering rescindiu este acordo de acionistas, uma rescisão contestada pelo designer.
Na sua sentença, o tribunal qualifica como "irregular a rescisão unilateral" e indica que "o acordo de acionistas não prescreveu". Além disso, condena a Kering a pagar 50 mil euros pelos custos incorridos. Na quarta-feira, a AFP entrou em contato com o advogado de Hedi Slimane, que se recusou a prestar declarações sobre estas decisões. O grupo Kering também se recusou a prestar declarações.
Existe um terceiro procedimento em andamento que opõe Hedi Slimane e a Kering e se refere à parte variável da remuneração do designer durante o último ano do contrato. A Kering foi condenada em 2018 a pagar 9,3 milhões de euros. O grupo interpôs um recurso da sentença.
O sobredotado da moda Hedi Slimane deu uma nova vida à Yves Saint Laurent, atraindo uma clientela jovem e moderna graças às suas propostas andrógenas e cortes apertados. Também conseguiu impulsionar os resultados da marca, aumentando o seu volume de negócios de 353 milhões de euros em 2011 para 974 milhões em 2015.
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