Stylo Urbano
12 de jan. de 2017
Tidal Vision busca no descarte da pesca inspiração para suas criações
Stylo Urbano
12 de jan. de 2017
Quando você come um fruto do mar, já pensou o quanto foi desperdiçado na produção antes de chegar ao prato? Quando um peixe como o salmão é cortado para virar filé, sua pele é removida e jogada fora.
A mesma coisa acontece com as cascas de caranguejo, lagosta e camarão, também descartadas. Agora, uma empresa do Alasca pretende transformar esses resíduos da indústria da pesca em carteiras, roupas e muito mais.

A Tidal Vision queria reduzir o desperdício e incentivar a pesca sustentável, reciclando os subprodutos descartados pela pesca comercial. Anualmente, milhões de toneladas de resíduos da pesca de peixes e caranguejos estão sendo descartados no mar. Esse desperdício alimentou a paixão do ex-pescador americano, Craig Kasberg, para encontrar maneiras de utilizar o que é descartado pela pesca de peixes e crustáceos e, com isso, criar novos produtos sustentáveis.
Para resolver o problema dos resíduos, Craig criou junto com um amigo a Tidal Vision em 2015 no Alasca visando a aproveitar o couro do salmão e a quitina/quitosana (um polímero extraído de cascas de caranguejos e camarões). A Tidal Vision rapidamente desenvolveu maneiras de produzir artigos de consumo usando apenas produtos à base de vegetais para curtir o couro do salmão e criar uma bela linha de carteiras, cintos e bolsas.
Além disso, a empresa desenvolveu uma maneira sustentável de transformar cascas de caranguejos em fibra de quitosana, combinada com cânhamo, algodão e Tencel, criando assim camisetas e meias.
A empresa desenvolveu ainda uma técnica de processamento sustentável de circuito fechado para extrair a quitosana, permitindo a plena utilização da casca do caranguejo. O subproduto do processo é então transformado num fertilizante orgânico chamado Tidal Grow e em outros produtos.
As fibras de quitosana são biodegradáveis, biocompatíveis, não tóxicas, bem como naturalmente inibidoras do crescimento de bactérias e microrganismos, sendo uma alternativa mais saudável e sustentável do que as nanopartículas de prata utilizadas pela indústria têxtil, para acabar com o odor nas roupas.
Por causa da sua preocupação com o ecossistema, a Tidal Vision promete apenas usar subprodutos de pesca gerida de forma sustentável para garantir a existência dos recursos do Oceano para as gerações vindouras.
Essa empresa é mais um exemplo de bioeconomia e economia circular transformado o quer era visto como lixo orgânico em novos produtos de alto valor agregado.
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