EFE
Novello Dariella
14 de jan. de 2022
Têxtil vegano feito de caqui surge como alternativa para substituir o couro animal
EFE
Novello Dariella
14 de jan. de 2022
A empresa agroalimentar espanhola, Laserfood, como sede em Valencia, apresentou o primeiro substituto têxtil vegano de couro animal e sintético composto por produtos 100% naturais provenientes do excedente de caqui, no qual investirá dois milhões de euros para a sua produção.

O têxtil PersiSKIN, que já foi testado e certificado pelo instituto tecnológico Aitex, propõe uma solução para o excedente do caqui, já que mais de 50% da produção deste fruto não chega a ser comercializada devido a pragas, condições climáticas, ou ao aumento de produção registrado nos últimos cinco anos.
A Comunidade Valenciana é o principal produtor de caqui na Espanha e concentra 85% da colheita nacional desta fruta, cerca de 300 milhões de quilos por ano. A Laserfood investiu meio milhão de euros na patente do produto e no seu desenvolvimento e espera atingir os dois milhões de euros quando a fase de produção têxtil começar em maio, informou o CEO da empresa, Jaime Sanfelix, durante a apresentação do novo produto.
O novo tecido respeita o meio ambiente, é sustentável e faz parte da economia circular da região de origem da matéria-prima. Segundo Sanfelix, o principal objetivo do produto têxtil é o aproveitamento total dos resíduos e excedentes gerados na produção do caqui para dar a essa matéria-prima um escoamento e uma nova vida. A empresa também quer criar um setor auxiliar para a utilização do novo têxtil na área de produção de caqui, como oficinas de marroquinaria, vestuário ou calçado.
O presidente da Denominación de Origen Kaki Ribera del Xúquer, Cirilo Arnandis, destaca que este projeto pode oferecer "um escoamento interessante" para parte da produção que, por questões de mercado, não é vendida ou não chega ao circuito de transformação industrial para obtenção de sucos e outros derivados.
Da mesma forma, Arnandis ressalta que o aproveitamento de resíduos de caqui pode representar uma fonte de renda adicional, complementando a principal receita da comercialização in natura, auxiliando a sustentabilidade do setor e a melhoria da renda dos produtores.
O projeto foi financiado com recursos próprios e contou com fundos públicos do Centro de Desenvolvimento Tecnológico Industrial (CDTI). Em 2006 a Laserfood desenvolveu o projeto Laser Mark para identificar frutas utilizando lasers, demonstrando que o uso desta nova tecnologia reduziu em 99,9% a pegada de carbono devido ao uso de rótulos. Atualmente, a empresa espanhola está presente em mais de 10 países.
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