Ted Baker: lucros em queda, mas internet floresce
Na quinta-feira, a Ted Baker anunciou um declínio nos lucros, apesar de um aumento na receita durante o exercício encerrado a 26 de janeiro. Num contexto mais do que complicado para o setor do retalho de moda do Reino Unido, a empresa alcançou resultados justos, apesar do declínio nos lucros. Mas, a queda nas vendas comparáveis não é uma boa notícia para a retalhista britânica, que se habituou a resultados mais impressionantes. O que não impediu a Ted Baker de se congratular por este "desempenho sólido, em condições de mercado muito difíceis".

Vejamos os números. Em 12 meses, o volume de negócios do grupo aumentou 4,4% para 617,4 milhões de libras (cerca de 713 milhões de euros), um aumento de 5% excluindo o impacto cambial. O lucro antes de impostos e itens excecionais diminuiu 14,3% para 63 milhões de libras (72,75 milhões de euros) e o lucro antes de impostos diminuiu 26,1% para 50,9 milhões de libras (58,8 milhões de euros).
A totalidade das vendas a retalho caiu 4,2% e a margem bruta do grupo passou de 61% para 58,3%. As vendas a retalho no Reino Unido e na Europa aumentaram 4,6% para 315 milhões de libras (quase 364 milhões de euros), ou 4,5% excluindo o impacto cambial, enquanto as vendas a retalho na América do Norte aumentaram 4,7% para 125,7 milhões de libras (145,1 milhões de euros), ou 7% excluindo o impacto do câmbio.
Mas, a situação no resto do mundo não é tão positiva: as vendas a retalho caíram 4,7% para 20,3 milhões de libras (23,4 milhões de euros), ou 2,9 %, excluindo o impacto do câmbio. O volume de negócios por metro quadrado de área de vendas, excluindo o comércio eletrónico, desceu 5,5%, ou 4,9% excluindo o impacto do câmbio: não há boas notícias no horizonte.
No entanto, a marca britânica continuou a abrir lojas durante o exercício, apesar da queda das vendas nos seus espaços físicos. A Ted Baker abriu duas lojas no Reino Unido, cinco nos Estados Unidos, uma em Espanha e uma na China, além de uma fábrica no Reino Unido, a sua primeira loja a preços reduzidos em Itália, duas na Alemanha e uma em França, bem como concessões em vários grandes armazéns no Reino Unido e na Europa.
A empresa continuou a prosperar no domínio do comércio eletrónico: na internet, as suas vendas aumentaram 20,4% para 121,7 milhões de libras (140,4 milhões de euros). Quanto ao volume de negócios nas vendas por atacado, estas aumentaram 4,8% para 156,5 milhões de libras (180,3 milhões de euros), ou 5,7% sem ter em conta o impacto do câmbio. As receitas de licenças aumentaram 3,1% para 22,1 milhões de libras (25,5 milhões de euros).
O que aconteceu efetivamente?
De onde vem esta queda significativa nos lucros da empresa? Estes foram afetados pela depreciação dos ativos de retalho à escala mundial, os valores devidos pela House of Fraser (e não recuperáveis), os custos ligados à investigação do seu CEO e o custo de aquisição da empresa No Ordinary Shoes Footwear.
Mas, os lucros também foram afetados pelas numerosas rebaixas efetuadas, devido à timidez dos consumidores. A empresa declarou que o seu desempenho foi afetado por "condições comerciais muito difíceis ao longo do exercício: descontos competitivos no setor do retalho, incerteza do consumidor, dificuldades sentidas pelos parceiros comerciais e condições meteorológicas invulgares em todo o mundo".

Ainda assim, a Ted Baker insiste que "o retalho teve um bom desempenho" e explica que o seu “modelo de negócios relativamente flexível, marcado por um número relativamente baixo de lojas próprias, e os negócios na internet” lhe permitem adaptar-se “às mudanças estruturais no setor do retalho".
No que diz respeito ao Brexit, acrescenta: "Desenvolvemos uma série de estratégias e planos de contingência que nos ajudarão a minimizar as perturbações", mas "vários riscos indiretos permanecem foram do nosso controlo".
Que horizonte?
Brexit à parte, a Ted Baker continua os seus planos de expansão. A marca prepara-se para abrir as suas primeiras lojas em Antuérpia e Hamburgo e um ponto de venda em Metzingen, além de duas outras concessões na Alemanha. Continuará também a investir nas vendas online, estando previsto o lançamento, no final de maio, de um site em espanhol.
Na América do Norte, a Ted Baker abrirá uma loja em Detroit e duas concessões, bem como duas outras concessões sob licença no México.
Para o resto do mundo, a empresa britânica pretende "refinar e definir [a sua] estratégia". Planeia abrir um ponto de venda em Hong Kong e também está a trabalhar para continuar o seu crescimento no comércio por atacado.
No entanto, a Ted Baker adverte que "a contínua incerteza dos consumidores e um elevado nível de promoções” em muitos dos seus mercados internacionais continuarão a afetar as suas atividades.
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