Estela Ataíde
26 de mai. de 2021
Snapchat quer seduzir marcas de moda e criativos com novas ferramentas
Estela Ataíde
26 de mai. de 2021
Para competir com TikTok e Instagram, a americana Snap, proprietária do aplicativo de mensagens e fotografias Snapchat, quer se diferenciar. Já avançada no campo da realidade aumentada (RA), a empresa com sede em Santa Monica, na Califórnia, apresentou novas funcionalidades e novas ferramentas dedicadas à criação de conteúdos. O seu objetivo: convencer criativos e marcas a explorarem as suas possibilidades de forma rentável.

Foi este o tema da sua conferência anual dedicada aos seus parceiros. Snap apresentou novos óculos de realidade aumentada, batizados Spectacles. Disponíveis para criativos e marcas (por enquanto), estes deverão oferecer maior conforto para desenvolver a criatividade.
A empresa americana explica ter pago, a nível global, um milhão de dólares por dia a usuários que publicam vídeos curtos sobre a sua funcionalidade Spotlight, lançada em novembro. Um porta-voz da Snap disse na semana passada que a empresa já não se compromete a pagar um milhão de dólares por dia, mas sim "milhões por mês". Os criadores de vídeos Spotlight ganharam mais de 130 milhões de dólares desde novembro, indica a Snap. A mudança nos pagamentos ocorre em um momento em que a Snap e outras plataformas de redes sociais procuram maneiras de criar recursos que permitam aos influenciadores ganhar dinheiro.
Mas, o Snapchat também quer convencer as marcas. Em abril, comprou a Screenshop, uma solução fundada em 2017, apresentada como um Shazam da moda, e que teve um bom trampolim após Kim Kardashian ter feito a apresentação. Integrada na sua plataforma, este aplicativo permitirá ao Snapchat oferecer aos usuários a possibilidade de fotografar uma roupa e receber recomendações de diferentes marcas para criar um look semelhante.
A Snap explicou que também reforçou a oferta técnica da sua plataforma Lens Studio, que diz ser utilizada por 200 mil criativos que imaginaram cerca de 200 mil filtros (chamados Lens). Estas novas ferramentas dizem respeito à criação partilhada, experimentada com a Lego, mas também a soluções para criações de realidade aumentada especificamente adaptadas à beleza ou à moda.
“A Farfetch oferece uma experiência de compra imersiva graças ao 3D Body Mesh e a comandos de voz, permitindo que os Snapchatters indiquem os artigos que desejam ver e experimentar em realidade aumentada”, explica o grupo através de um comunicado. “A Prada utiliza novos recursos de reconhecimento de gestos que permitem aos compradores sinalizar para a câmara que desejam experimentar outro artigo.”
No domínio da beleza, a Snap assinou um acordo com a M.A.C Cosmetics, que está testando a fórmula Business da empresa. "Ao integrar o seu catálogo de produtos através da API do Snap no Business Manager, marcas como a M.A.C Cosmetics podem criar Lenses a partir de novos modelos de RA Shopping e publicá-las no Snapchat, com base num inventário de produtos em tempo real."
Para o grupo Snap, este recurso deverá ser uma das alavancas para o crescimento rentável. Porque, ainda que o número de utilizadores esteja aumentando, o Snapchat, que afirma ter ultrapassado a marca dos 500 milhões de usuários, ainda está longe de ser lucrativo. No primeiro trimestre, a empresa registrou um prejuízo líquido de 286 milhões de dólares e volume de negócios de 770 milhões de dólares, um aumento de 66% em relação a 2020.
Tornar-se um verdadeiro retransmissor de e-commerce parece, portanto, um eixo oportuno. Para convencer as marcas a se juntarem ao seu ecossistema, o Snapchat desenvolveu um mercado para conectar criativos e empresas. Vamos aguardar para ver se esta será uma fórmula vencedora.
Com Reuters
Copyright © 2023 FashionNetwork.com. Todos os direitos reservados.