O grupo japonês de cosméticos, Shiseido, anunciou que reduziu suas perspectivas para 2019, citando como motivo os efeitos negativos da moeda e o conflito comercial entre Estados Unidos e China, mas também a crise política em Hong Kong e o atrito entre Tóquio e Seul.
 

Em comunicado, a empresa informou que prevê agora um lucro líquido anual entre 78,5 e 83 bilhões de ienes (650-687 milhões de euros), enquanto ela havia aumentado essa previsão para 83 bilhões de ienes em agosto.

A Shiseido espera um lucro operacional anual entre 113 e 120 bilhões de ienes, ante uma meta anterior de 120 bilhões de ienes. Sua previsão de vendas anual também foi significativamente reduzida para 1.134 - 1.139 bilhões de ienes (9,4 bilhões de euros), ante 1,164 bilhão de ienes.

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Essas novas metas, no entanto, permanecem acima do desempenho observado pelo grupo em 2018. Mas, segundo a Shiseido, "as incertezas do mercado aumentaram" devido às flutuações cambiais e ao atrito comercial entre os Estados Unidos e a China.

O grupo também mencionou "um declínio nas vendas" em Hong Kong, onde os protestos pró-democracia estão acontecendo há mais de cinco meses, bem como na Coréia do Sul, onde muitas marcas japonesas foram boicotadas diante de um cenário de agravamento da disputa histórica entre Seul e Tóquio.

Crescimento de 3,2% nas vendas

No terceiro trimestre, no entanto, o lucro líquido da empresa aumentou 22,5%, para 20 bilhões de ienes (165 milhões de euros), enquanto o lucro operacional aumentou 13,3%, para 34,3 bilhões. ienes.  O faturamento trimestral totalizou 282 bilhões de ienes (cerca de 2,3 bilhões de euros), um crescimento de 3,2% em relação ao ano anterior, desacelerado pelos efeitos negativos da moeda (+ 6,6% à taxa de câmbio constante). O grupo também disse que continuou se beneficiando com o apetite chinês por marcas de cosméticos de prestígio e o "varejo de viagem".

As vendas também aumentaram 8,6% no Japão no último trimestre. A Shiseido disse que se beneficiou de uma "corrida de compras de última hora" antes da entrada em vigor de um aumento de IVA no país em 1º de outubro. A região Europa - África - Oriente Médio (EMEA) também registrou bom desempenho, mas o mesmo não aconteceu na região Ásia-Pacífico (excluindo Japão e China) e na região das Américas.

Por fim, o grupo anunciou que finalizou a aquisição da marca americana de produtos para a pele Drunk Elephant, que envolveu uma transação de 845 milhões de dólares destinada a fortalecê-la nos Estados Unidos, especialmente entre os consumidores mais jovens (millennials).