Publicado em
13 de nov. de 2009
13 de nov. de 2009
Setor têxtil tem dificuldade de acesso ao financiamento público
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13 de nov. de 2009
13 de nov. de 2009
Empresários da indústria têxtil apontaram os entraves que encontram para conseguir acesso às linhas de financiamento e às demais ferramentas de fomento – capital de giro, inovação, tecnologia – disponibilizadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O debate ocorreu durante o workshop "Desafios e Oportunidades da Política de Desenvolvimento Produtivo", realizado pelo Departamento de Competitividade (Decomtec) da Fiesp, no dia 22 de outubro, na sede da entidade.
Dificuldades de acesso as linhas de financiamento federais são obstáculo para empresário do setor têxtil |
"Para o governo liberar as medidas de incentivo é necessário apresentar projetos extensos e complicados, que pouquíssimos especialistas sabem fazer e, portanto, cobram caro por eles", observou Rui Souza, dono de uma empresa de moda masculina. Dessa forma, continuou o empresário, as grandes indústrias são privilegiadas, pois para elas o pagamento pela confecção dos projetos não é tão oneroso.
Mesmo quando as empresas conseguem acesso aos incentivos, encontram mais obstáculos na burocratização do processo de financiamento, esclareceu o empreendedor Fábio Cazarotti, que possui uma indústria de tecido de poliéster. "O governo atrasa os pagamentos das parcelas, às vezes por mais de seis meses, o que força a indústria a desembolsar um grande capital para poder continuar com o projeto", denunciou Cazarotti. Para ele, o governo deveria garantir o cumprimento total dos créditos, dentro dos prazos estipulados.
O economista-chefe da ABIT/Sinditêxtil-SP, Haroldo da Silva, ressaltou a importância da expansão do segmento para o mercado internacional, assim como a necessidade de manter o nível de competitividade das empresas nacionais. "Produtos estrangeiros estão entrando com facilidade e baixos custos no País", apontou. Neste sentido, Silva destacou a necessidade de o Itamaraty fechar acordos bilaterais com outros centros financeiros, especialmente com a União Europeia.
"Na exportação de calças jeans brasileiras aos Estados Unidos, por exemplo, há um acréscimo de 17% no preço do produto. Já a Nicarágua não paga imposto, devido ao acordo que fez com o país”, sublinhou.
Além disso, os produtos nacionais deveriam competir em grau de igualdade com os de fora, quando a venda for para os governos federal e estadual, sugeriu o economista. Na sua opinião, a desoneração na folha de pagamento dos funcionários também seria uma medida para ampliar a competitividade brasileira, já que a mão de obra é o elemento mais caro do segmento.
Segundo o coordenador-geral de Inovação Tecnológica do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Reinaldo Fernandes Danna, os principais entraves das empresas às linhas de financiamento do governo são a falta de conhecimento dos incentivos do BNDES e a pequena prioridade que os empreendedores dão ao desenvolvimento tecnológico.
"Há desinteresse por parte delas [indústrias] em se desenvolver", afirmou. Porém, Danna disse que o Ministério está promovendo inúmeros encontros estaduais, seminários e fóruns para difundir e explicar as medidas oferecidas pelo Estado, como a Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), que ocorrerá em maio do ano que vem.
"A finalidade da conferência é fortalecer as redes regulamentais, tecnológicas e de inovação, principalmente para indústrias de pequeno porte. Queremos garantir a competitividade e a qualificação dos recursos humanos para elas”, conclui.
Fonte: FIESP
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