Sephora apresenta plano de combate ao racismo nas lojas dos Estados Unidos
A empresa francesa de beleza que pertence ao grupo LVMH, Sephora, encomendou um estudo sobre os efeitos do preconceito racial no mundo do varejo. Intitulado The racial bias in retail study* (O preconceito racial no estudo de varejo) e realizado em 2019 e 2020, ele é baseado tanto em literatura acadêmica quanto em entrevistas online e cara a cara com clientes e funcionários das lojas Sephora dos Estados Unidos.
Apesar do trabalho de luta contra o racismo ter começado no outono de 2019, a Sephora diz que os movimentos a favor da justiça social e contra a violência policial que os Estados Unidos vivenciaram na primavera e no verão de 2020 (que começaram em maio de 2020 após a morte de George Floyd, um afro-americano de 46 anos morto de forma violenta por policiais brancos), marcam a necessidade de reformar também o setor do varejo.
Entre os fatos destacados pela Sephora: dois em cada cinco clientes das lojas americanas indicam que foram vítimas de tratamento injusto por causa de sua raça ou cor de pele. Além disso, três em cada quatro clientes acreditam que o marketing não mostra a diversidade de produtos para tom de pele, corpo, idade ou até mesmo tipo de cabelo. Por fim, alguns clientes evitam ou limitam seu tempo na loja para evitar interações desiguais com os funcionários.
Para os funcionários das lojas americanas, a situação não é diferente. Um em cada cinco trabalhadores do varejo dos Estados Unidos acredita ter sofrido tratamento injusto por causa de sua raça ou cor de pele por parte de um colega ou cliente.
Na esteira desse estudo de quase 20 páginas, a Sephora anunciou que até o final de 2021 irá dobrar sua oferta de marcas fundadas e administradas por líderes negros. Hoje, em sua abundância de ofertas, a Sephora oferece 8 marcas lideradas por negros, ou 3% da oferta total. A marca também destacará essas marcas por meio de uma guia dedicada em seu e-commerce americano. Além disso, ela vai lançar um programa de incubação de marcas de seis meses inteiramente dedicado aos fundadores do BIPOC, sigla em inglês que significa Black, Indigenous, and People Of Colour (negros, indígenas e pessoas de cor). Os nomes dos participantes do primeiro programa, que terá oito marcas, serão serão divulgados nos próximos meses.
Como parte de um novo protocolo para garantir tratamento igual para todos os clientes, a Sephora reduzirá a presença de guardas de segurança de empresas externas em suas 500 lojas nos Estados Unidos, substituindo-os por funcionários internos especialmente treinados. O objetivo é diminuir a ansiedade dos compradores.
"Sabemos que estamos bem posicionados para influenciar mudanças positivas no setor de varejo e na sociedade em geral e é nossa responsabilidade intensificar nossos esforços", explicou Jean-André Rougeot, CEO da Sephora Americas.
*Estudo sobre preconceito racial no varejo.
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