Semana da Moda de Paris mantém o ritmo
A moda feminina que desfila em Paris nunca é trivial, como ilustrado na quarta-feira (26), com a extravagância noturna de Dries Van Noten, a classe e descontração de Rochas, e a reflexão sobre uma moda eco-responsável proposta por Guy Laroche.

Dries Van Noten assinou para o outono-inverno 2020/21 uma impressionante coleção na qual cores, materiais e estampas colidem com força, dando ao conjunto uma beleza singular. O estilista queria celebrar a noite, entre extravagância e glamour, das noites inesquecíveis de Hollywood nos anos 30 às cheias de fumaça dos clubes londrinos dos anos 70.
Dries Van Noten mergulhou seu guarda-roupa em uma paleta de cores noturnas crepusculares que oscilam entre fosco e brilhante, também com bordô, vermelho vivo, verde ácido, conhaque, lápis-lázuli, violeta, lilás, laranja, verde oliva, esmeralda e metal. Ela lidou com misturas de estilos de maneira brilhante.
Jaquetas ou casacos de lã tartã, assim como calças ou camisas xadrez, foram associados a peças glamourosas: vestidos de veludo drapeados e batas com estampas bucólicas de flores havaianas, saias ou blusas com penas de avestruz rubi.
Calças de motociclista ou jaqueta de couro combinaram bem com tops de flores ou uma saia de cobra. Casacos em pele de carneiro foram tingidos de ferrugem ou roxo. O veludo foi misturado com látex, denim puro ou até cetim e seda. Um vestido de brocado brilhou para a noite.

Para sua última temporada na Rochas, Alessandro Dell'Acqua desenhou uma jovem mulher com elegância natural e casual. Com as partes inferiores em lã, junto com sandálias de plataforma em veludo, ela usa vestidos de seda esvoaçantes salpicados de cristais e pedras preciosas em tons quentes (rosa, violeta, laranja, alcaçuz, ferrugem).
Essa mulher se sente tão à vontade em ternos masculinos (cinza, azul celeste) quanto em vestidos brilhantes com babados de fios dourados ou bordados com enfeites. Belas variações alternativas, com peles substanciais e cascatas de pedras e conjuntos mais minimalistas em uma total look tom sobre tom.
Uma silhueta combinou, por exemplo, dois casacos laranja colocados um sobre o outro com uma bolsa da mesma cor. Calças, casaco, gola alta e jaqueta também foram todos declinados no mesmo azul elétrico. Para a noite, roupas com longas franjas pretas e prateadas.
Na Guy Laroche não houve desfile, mas uma instalação incomum. O diretor artístico da marca, Richard René, recuperou 12 peças vintage da marca, que ele comprou e fotografou em tamanho real.

A partir desse material, ele desenhou 12 modelos usando apenas as matérias-primas disponíveis na maison. As calças de um terno preto foram modernizadas com grandes aberturas laterais no joelho. Tiras de vinil preto envolveram alguns vestidos estampados, dando-lhes personalidade.
Quatro outros modelos foram desenhados em lã e seda bege, simbolizando "um renascimento" para evocar o tema da recuperação. Como lembrou a marca na nota do evento: em 2019, 39 milhões de toneladas de roupas foram descartadas em todo o mundo.
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