Salvatore Ferragamo registra queda de 30% nas vendas no primeiro trimestre
Depois de ter melhorado seus resultados em 2019, após dois anos difíceis, Salvatore Ferragamo vê seu exercício financeiro de 2020 ameaçado pela crise do coronavírus. No primeiro trimestre, as vendas caíram 30,6%, para 220 milhões de euros (-31,4% à taxa de câmbio constante).

"O grupo registrou um sólido desempenho em janeiro em seus principais mercados, que se deterioraram gradualmente em fevereiro e março, primeiro na China e na Ásia, depois na Europa, América e no resto do mundo, com a rápida disseminação da pandemia de coronavírus", declarou a empresa em comunicado.
O fechamento das lojas, combinado com a diminuição do fluxo de clientes nas lojas que permaneceram em aberto, explica essa queda radical nas vendas. Em sua rede de distribuição direta, a marca registrou queda de 28,6% na receita, enquanto no canal atacadista, as vendas diminuíram 33,7% em relação ao primeiro trimestre de 2019. Este canal foi penalizado, principalmente, pelo cancelamento de pedidos, especialmente no varejo de viagem.
Nesse contexto, a marca com sede em Florença adiou para 8 de maio sua reunião anual originalmente prevista para 21 de abril. Além disso, o conselho de administração decidiu revogar a proposta de distribuição de dividendos para o ano fiscal de 2019. "A distribuição dos dividendos será reavaliada quando o contexto econômico estiver melhor definido", disse a empresa. Por fim, um comitê executivo foi estabelecido para lidar com "a emergência causada pela pandemia de Covid-19".
Em 2019, Salvatore Ferragamo alcançou um faturamento de 1,38 bilhões de euros, um aumento de 2,3% em relação a 2018, ano em que a marca sofreu com um problema de posicionamento, viu seu faturamento cair 3,4% e seu lucro líquido diminuir 21,1%, após um 2017 já difícil.
Em entrevista publicada nesta terça-feira (7) no MF Fashion, a líder da grife, Micaela Le Divelec Lemmi, explicou que os primeiros dias de reabertura das lojas na China geraram "muita esperança" e que é prevista uma "possibilidade de recuperação rápida".
Mas o ceticismo agora prevalece com o novo fechamento de pontos de venda em algumas regiões chinesas devido ao risco de retorno da epidemia. No entanto, no canal digital, a China está respondendo bem. "Parece haver um desejo real de leveza, de retornar à vida normal", observou a gestora.
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