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Salone del Mobile: Armani atrai multidões e Loro Piana celebra fibras nobres dos Andes
O Salone del Mobile de Milão nunca deixa de surpreender. Para esta edição de 2023, Giorgio Armani causou uma grande sensação ao abrir pela primeira vez ao público as portas do Palazzo Orsini, que abriga a sua sede desde a década de 1980, onde apresentou uma seleção da nova coleção da sua linha para a casa. Por outro lado, a Loro Piana cativou com uma coleção extremamente luxuosa usando a raríssima e cara fibra de vicunha para criar os seus móveis.
Assim que abriu a Design Week, Giorgio Armani atraiu 5.500 pessoas ao Palazzo Orsini. Nos dias seguintes, uma multidão igualmente impressionante continuou a aglomerar-se, formando uma fila interminável de várias centenas de metros ao longo da Via Borgonuovo, onde a maison de moda tem nada menos do que três edifícios. No número 11, em particular, o palácio histórico, cuja construção remonta ao século 16, abriga, além da sede da marca, o seu atelier e oficinas de alta-costura.
Ou seja, um cenário mágico para abrigar as principais novidades da Armani / Casa. Cada espaço do imponente edifício, decorado com espelhos nas paredes e afrescos no teto pintados por Andrea Appiani, acolhe um universo diferente. Um primeiro espaço abriga os móveis de linhas sinuosas em vime projetados para a varanda. Outro, uma série de preciosos acessórios ao estilo Art Déco. Destacam-se os objetos de vidro de Murano. Tudo é cuidado ao mais ínfimo detalhe, como as cartas de Tarot, onde as personagens estão todas vestidas de Armani!
Em pequenas salas, mais adiante, estão expostas uma mesa de escritório, uma cadeira e um toucador inteiramente revestidos a mosaico de madrepérola, feito à mão em Itália. Apenas 11 destes objetos foram feitos, em homenagem ao Palazzo Orsini.
A visita prolonga-se pelo belíssimo jardim secreto situado atrás do palácio, onde a marca apresenta a sua primeira linha de mobiliário de exterior. Uma mesa, cadeiras de diretor dobráveis, sofá e espreguiçadeiras em madeira Teca com efeito trançado.
A marca de caxemira Loro Piana do grupo LVMH também recebe visitantes na sua sede de Milão na Via Moscou. O pátio interior deste moderno edifício foi transformado para a Design Week numa espécie de paisagem dos Andes. Este ano, para o seu novo projeto dedicado à linha Loro Piana Interiors, a maison recorreu ao designer e artista argentino Cristián Mohaded que se inspirou nas "apachetas", as pilhas de pedras em forma de cone que marcam alguns caminhos nos Andes.
O designer recriou essas torres empilhando, até oito metros de altura, volumes geométricos cobertos por tecidos coloridos, lembrando as pedras de formas irregulares que compõem as "apachetas" (altares em honra aos deuses incas). Um total de 12 torres de aparência instável erguem-se no pátio, onde se expõem os móveis desenhados por Cristián Mohaded, que criou uma coleção muito tátil e sensorial com os artesãos da Loro Piana.
Canapé, fauteuil, banqueta, pufes e mesas de centro adotam formas arredondadas e são todos revestidos com os tecidos mais preciosos produzidos pela maison, desde a caxemira, passando pela alpaca, e pelo veludo de seda. Pela primeira vez, a Loro Piana também usa a sua preciosa fibra de vicunha, derivada da lã desses pequenos lamas andinos, para fazer alguns fauteuils, que serão vendidos a 80.000 euros. O mobiliário desta coleção, cujo preço inicial é de 15.000 euros, é todo feito por encomenda.
Todas as peças são completadas com elementos de madeira de carvalho cinzelados à mão para lhes dar relevo, depois tratados com cera de abelha. Uma mesa de centro também é revestida com cerâmica vermelha.
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