Safilo vai cortar 700 empregos na Itália devido à desaceleração das vendas

A empresa italiana especializada em óculos, Safilo, anunciou na terça-feira (10) que vai cortar 700 empregos na Itália no próximo ano, ou seja, mais de 10% de sua força de trabalho global, enquanto tenta aumentar a lucratividade em meio enfraquecimento nas vendas.

A empresa italiana disse que espera que as vendas líquidas cresçam entre 1 e 2% ao ano nos próximos cinco anos e reduziu suas previsões para 2020, uma vez que ela perderá uma licença essencial, a da marca Dior, que pertence ao grupo LVMH.
 
As ações da Safilo fecharam em alta de 10,5% após o anúncio da renovação de um contrato de licença com a marca Marc Jacobs da LVMH, aliviando o medo da perda de outro contrato.Nos últimos anos, a Safilo tem enfrentado dificuldades para aumentar as vendas e os lucros, uma vez que grandes grupos de luxo, como Kering e LVMH, estão encerrando acordos de licenciamento de marcas como Gucci e Dior para internalizar a produção de óculos.

A segunda maior fabricante de óculos do mundo disse na segunda-feira (9) que adquiriu 70% da marca californiana, Blenders Eyewear, em uma tentativa de aumentar as vendas online, através de um acordo que avalia a marca de óculos de surf e esqui em 90 milhões de dólares.

"A saída das licenças de luxo da LVMH torna necessário que a Safilo inicie um plano de reorganização e reestruturação industrial que responda rapidamente ao novo cenário de produção que a empresa enfrentará, reajustando sua pegada de fabricação", afirmou Safilo em comunicado.

A empresa reduziu sua previsão de receita líquida para o próximo ano para entre 960 milhões e 1 bilhão de euros, ante à estimativa de 1 a 1,2 bilhão de euros anunciada em agosto. A companhia também reduziu sua previsão de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EDITDA) para cerca de 6% das vendas, ante 8% a 10% anteriormente. 

De acordo com a empresa, essas estimativas refletem a queda nas vendas relacionadas à perda do contrato da Dior, anunciado em julho deste ano. A LVMH deve recorrer à Thelios, sua joint-venture com a Marcolin e concorrente da Safilo.

A Safilo prevê custos de reestruturação de cerca de 50 milhões de euros em seu plano estratégico para 2020/24. A empresa afirmou que quer atingir uma margem EBITDA ajustada entre 9 e 11% em 2024, ante os 5,5% esperados neste ano.