Richemont dispara no primeiro trimestre apesar da queda das vendas na China
A gigante suíça do luxo Richemont anunciou na sexta-feira (15) que, nos três meses decorridos até junho, observou uma grande força na Europa, Japão, Américas e Médio Oriente. No entanto, a região da Ásia-Pacífico sofreu com os efeitos do coronavírus na China. Um resultado semelhante ao da Burberry, que divulgou os seus números no mesmo dia.
O grupo, proprietário de marcas como Chloé, Dunhill, Alaïa, Cartier e Delvaux, disse ter registrado um crescimento global das vendas de 12% a taxas de câmbio constantes e 20% em termos registrados, para 5,264 bilhões de euros.
A situação na China foi semelhante à da Burberry, mas ao contrário da empresa britânica, o grupo saiu-se muito melhor nos Estados Unidos, já que o seu crescimento no país o torna no maior mercado da Richemont.
O crescimento global foi liderado pela venda de varejo, que agora representa 58% das vendas do grupo, contra 55% há um ano.
As vendas cresceram em todos os canais e áreas de negócio, tanto a câmbio constante como real. As casas de joalheria (Jewellery Maisons) registraram um crescimento de vendas de 20% ao câmbio real (aumento de 12% a câmbio constante), enquanto as de relojoaria especializadas (Specialist Watchmakers) cresceram 18% ao câmbio real (aumento de 10% a câmbio constante).
Por sua vez, os Canais de Distribuição Digital (controlados pela Yoox Net-A-Porter) aumentaram 8% a taxas de câmbio reais (aumento de 2% a taxas constantes). A área de negócios Outros, que inclui as operações de moda, avançou fortemente, com alta de 36% a câmbio real (alta de 28% a taxas constantes).
O segmento Outros foi sustentado por vendas sólidas no varejo e atacado, com uma demanda sustentada na maioria das maisons e regiões. Peter Millar "continuou a apresentar resultados sólidos, enquanto a Delvaux registou uma forte contribuição, e a criatividade renovada apoiada pelos novos designers da Alaïa, Chloé e Montblanc afetaram positivamente as vendas".
Olhando para os números, 1,29 bilhão de vendas vieram da Europa, com um aumento de 42% a taxas de câmbio constantes, e 1,78 bilhão de euros da Ásia-Pacífico, uma queda de 15%. As Américas aumentaram 25%, para 1,344 bilhões de euros, enquanto o Japão subiu 83%, para 421 milhões de euros, e o Médio Oriente/África 6%, para 429 milhões de euros.
A empresa citou "uma demanda doméstica sólida e um regresso dos gastos turísticos, principalmente de clientes dos Estados Unidos e do Médio Oriente", como razões para o seu sucesso na Europa. Também indicou que o crescimento foi forte em todos os mercados, especialmente em França, onde as vendas aumentaram três dígitos.
As vendas na China continental caíram 37% no trimestre, embora o ritmo de queda tenha diminuído para 12% em junho, à medida que as restrições começaram a ser gradualmente levantadas. O "momento sólido" na maioria dos outros mercados asiáticos, especialmente Austrália, Singapura, Coreia do Sul e Tailândia, "mitigou parcialmente o declínio das vendas da região".
Nas Américas, as vendas aumentaram 25% "apesar das exigentes comparações com o mesmo período do ano anterior, impulsionadas por fortes gastos internos".
Olhando para os canais de distribuição, as vendas de varejo aumentaram 18% a taxas de câmbio constantes para pouco mais de 3 bilhões de euros, enquanto as vendas no varejo digital aumentaram 5% para 910 milhões de euros. Por sua vez, as receitas de vendas por atacado e royalties aumentaram 4%, atingindo 1,3 bilhão de euros.
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