Richemont assina parceria com Alber Elbaz
Albert Elbaz se une ao grupo Richemont. O designer, cujo regresso desde a saída da Lanvin é eminentemente esperado, e a gigante suíça do luxo anunciaram na sexta-feira, 25 de outubro, a criação de uma joint venture chamada AZfashion.

"Quando ouço Alber Elbaz descrever a sua visão da moda e os projetos que esta inspira, fico novamente impressionado com a sua criatividade e perspicácia. O seu talento e inventividade, a sua sensibilidade no que diz respeito às mulheres e o seu bem-estar serão de grande valor para o nosso grupo e as suas maisons", explicou Johann Rupert, presidente do conselho de administração do grupo.
Por seu lado, o criativo, que nos últimos meses assinou várias colaborações, explicou que está "muito feliz” por colaborar com a Richemont para estabelecer a sua Dream Factory, que terá como objetivo encontrar soluções para as mulheres hoje.
Portanto, um novo projeto criativo feminino e uma boa conquista para a Richemont, pois o regresso do designer, agora com 58 anos, era altamente esperado. Nos últimos quatro anos desde que deixou a Lanvin, Alber Elbaz multiplicou colaborações sem nunca encontrar um projeto suficientemente envolvente.
Multifacetado, revelou este verão uma colaboração com a marca de calçado italiana Tod's. Anteriormente, assinou uma colaboração de carteiras para a LeSportsac, trabalhou com a Converse no Japão no lançamento de "Avant Converse", uma nova linha de sneakers de alta gama, e participou na confeção do perfume Superstitious para as Editions de Parfums Frédéric Malle.
Nascido em Casablanca em 1961, criado em Israel, formado no Shenkar College de Tel Aviv e treinado nos Estados Unidos, onde foi o braço direito do designer americano Geoffrey Beene durante sete anos, Alber Elbaz chegou na França em 1996 para assumir a direção artística da Guy Laroche. Passou um ano no cargo, tempo suficiente para dar nas vistas e ser recrutado pela Yves Saint Laurent para ficar responsável pelo prêt-à-porter feminino. Elbaz deixa a maison dois anos depois, substituido por Tom Ford, chegado por ocasião da compra da marca pelo ex-Grupo Gucci (Kering).
Após uma passagem pela Krizia, o couturier assumiu em 2001 o comando da Lanvin, chamado pelo seu novo proprietário, Shaw Lan Wang. Numa rutura com a administração da empresa, é empurrado para a saída em outubro de 2015. A sua partida causa uma onda de choque no mundo da moda. Em 14 anos, o designer cosmopolita conseguiu criar um estilo, um look, uma elegância francesa que dera uma nova notoriedade e sucesso à ultra centenária maison de luxo parisiense.
Esta parceria com a Richemont é de fato, como o retorno do designer à linha da frente da moda. Embora o grupo de Genebra não forneça mais detalhes sobre este projeto, que misteriosamente qualifica como uma "start-up dinâmica e inovadora, pensada para transformar sonhos em realidade", confirma a sua vontade de investir na sua divisão fashion.
Esta é a divisão mais pequena da Richemont, uma vez que contribui com menos de 15% da sua receita, enquanto mais de metade do seu volume de negócios passa pela joalharia, principalmente pelas marcas Cartier e Van Cleef & Arpels, e pelas suas vendas na relojoaria.
Por coincidência, este anúncio acontece no mesmo momento da saída de Eric Vallat. O diretor das atividades de moda e acessórios, que faz parte da divisão que agrupa as casas de moda do grupo, como Chloé e Alaïa, cumpriu na sexta-feira o seu último dia no número 2 mundial do luxo, cujo portefólio conta ainda com as marcas Dunhill, Montblanc, Serapian e Peter Millar.
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