Reuters
5 de abr. de 2023
Revlon sai da falência com acordo de alívio de dívidas de US$ 2,7 bilhões
Reuters
5 de abr. de 2023
Um juiz dos Estados Unidos aprovou na segunda-feira (3) o plano de reestruturação da Revlon Inc, que permitirá cortar US$ 2,7 bilhões em dívidas e sair da falência ainda este mês.
O juiz de falências de Manhattan, David Jones, encarregado de supervisionar a falência da empresa sob o Capítulo 11, disse que a Revlon chegou a "um acordo multifacetado e árduo" que resolve uma "série de riscos que ameaçavam a empresa", incluindo um litígio "debilitante" entre seus credores.
De acordo com o plano, os credores da Revlon assumirão a propriedade da empresa em troca de um acordo de redução da dívida, anulando o valor do capital dos atuais acionistas. A empresa reestruturada planeja arrecadar US$ 670 milhões após sair da falência com a venda de novas ações.
A reorganização da Revlon foi apoiada por 88% dos 4.500 credores que votaram no plano, e os credores de apoio possuem 98% da dívida da empresa. A reestruturação permitirá que a Revlon "recomece" e forneça uma base sustentável para o crescimento futuro, disse a Revlon em uma apresentação judicial na sexta-feira (31).
A Revlon, que comercializa há 91 anos batons, esmaltes e outros produtos de beleza, entrou com pedido de falência em junho, alegando que suas dívidas de US$ 3,5 bilhões e os problemas decorrentes da pandemia a haviam deixado sem liquidez suficiente para pagar pontualmente os principais fornecedores de sua cadeia produtiva de cosméticos.
Durante a falência, a Revlon chegou a um acordo com duas facções rivais de credores que financiaram a compra da empresa de cosméticos e fragrâncias Elizabeth Arden pela Revlon em 2016. Os credores entraram em conflito sobre um empréstimo de 2020 que dava a uma parte deles controle adicional sobre os ativos de propriedade intelectual da Revlon.
Sob o plano de falência da Revlon, os credores que participaram do empréstimo de 2020 receberão a maior parte do capital da empresa, avaliado entre US$ 2,7 5bilhões e US$ 3,25 bilhões. Os credores que não participaram do empréstimo de 2020 podem optar por receber até US$ 56 milhões em dinheiro ou renunciar aos pagamentos em dinheiro e receber até 18% das ações da empresa após a falência.
Os credores minoritários, incluindo aposentados com pensões não pagas e consumidores que entraram com ações judiciais por danos pessoais contra a Revlon, receberão até US$ 44 milhões.
As ações atuais da Revlon serão removidas quando a empresa sair da falência.
A MacAndrew & Forbes, de Ron Perelman, possuía 85% das ações da empresa no momento do pedido de falência. As demais ações atraíram o interesse de investidores de varejo no ano passado, sendo negociadas acima de US$ 8 por ação no início da falência da empresa, antes de seu valor despencar.
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