9 de jan. de 2019
Repaginados e com diferentes modelos de negócio, brechós ressurgem surfando na onda da economia compartilhada
9 de jan. de 2019
Se antes comprar em brechó era motivo de vergonha, hoje é algo que se tornou cool e sinônimo de sustentabilidade. Com o crescimento da economia compartilhada e dos novos negócios fundados na internet, acredita-se que esse será o futuro da moda e de muitos outros serviços, como já acontece com o Uber e o Airbnb.
E uma das grandes apostas deste mercado são os chamados ''second hand luxury'', que vendem apenas itens cobiçados de marcas famosas por um preço mais acessível, como é o caso dos brechós Pretty New e @cansei_vendi.
Fundadora do @cansei_vendi, Leilane Sabatine, em entrevista ao Fashion Network afirmou que "a crise fez com que muitas pessoas vendessem itens que não usavam mais" para criar uma renda extra. Entretanto ela não acredita que o sucesso de sua marca seja atribuído somente à crise mas também à consolidação da empresa e dos negócios. A empresa, que hoje vende cerca de cem peças por mês, registrou um crescimento de 250% de 2017 para 2018, e a projeção é crescer quatro vezes em 2019.

Para garantir que o cliente está realmente comprando um produto verdadeiro, os brechós oferecem certificados de autenticidade como o Etiqueta Única e o Bid4fashion. No caso do Bid4fashion, a empresa utiliza a tecnologia como aliada fazendo uso do Entrupy, um equipamento que detecta se o produto é verdadeiro ou falso na hora.
A Bo Bags, criada em 2009, apresenta uma proposta diferente: em vez de comprar, os clientes podem alugar por meio do site, bolsas e outros acessórios de luxo.
"Em 2013, comecei a notar um movimento: Airbnb, Uber e outras plataformas que, de alguma forma, tinham a ver com o que eu estava fazendo. Senti que era hora de largar tudo e fazer esse negócio acontecer mas, para isso, precisava me desenvolver como empreendedora‘", contou a CEO da marca, Isabel Braga, em entrevista ao Fashion Network.

Recentemente, a Bo Bags iniciou um serviço de assinatura, por enquanto disponível somente para clientes de São Paulo e Rio de Janeiro. Isabel explica eles pagam um valor mensal e têm direito a diversas peças: "É como um Netflix das roupas", define.
Para além do mercado de luxo, brechós moderninhos e alternativos também têm feito sucesso e não, necessariamente, com uma proposta vintage. Muitas casas trabalham com coleções recentes, a preços bem abaixo dos encontrados em lojas normais. Com uma curadoria primorosa, O Belchior, que há quatro anos funciona na Rua Visconde de Pirajá, em Ipanema, cresceu tanto que abriu filiais no Centro e recentemente em Niterói. O que mais vende? Peças de marcas como Animale, Osklen e Farme. Além de oferecer personal style, o espaço também inova ao apostar em um modelo de negócio diferente da venda consignada. Para ficar com a peça, a loja paga 25% do valor de venda ou são oferecidos 50% em crédito no próprio estabelecimento. Em São Paulo, a Capricho à Toa, há mais de 20 anos na Vila Madalena, só trabalha com coleções dos últimos três anos. A reposição é constante, e os preços bem em conta. Também na capital paulista, a Casa Juisi, tem peças estilosas, algumas vindas de fornecedores diretamente do Japão, também a preços bem convidativos.
Já para quem procura peças vintage, mas também com curadoria, o Made in Brechó, que funciona pelo Instagram, traz peças únicas, cheias de estilo, como as jaquetas de nylon dos anos 1980 e 1990. Muito mais fácil do que escolher em meio a araras abarrotadas e com cheiro de mofo, cenário típico dos clássicos brechós.
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