9 de jun. de 2020
Reformation e Refinery29 respondem à acusações de racismo
9 de jun. de 2020
Com o chamado "novo movimento de direitos civis" varrendo os Estados Unidos, funcionários negros e outros funcionários de cor estão denunciando empregadores por permitir que os ambientes de trabalho racistas prosperem.

Reformation
A preferida das it-girls, que já havia sido acusada de propagar gordofobia, agora foi acusada por uma ex-funcionária de ter possibilitado uma ampla cultura de racismo. Num post do Instagram, a ex-funcionária Elle Santiago, que é negra, afirmou que lhe foi repetidamente recusada uma promoção e que a empresa continua se recusando a promover funcionários de cor, que assumem responsabilidades equivalentes a cargos mais altos, entre outras.
"Até hoje, você tem funcionários de cor que exercem atividades sem receber os respectivos títulos", escreveu Santiago.
Elle Santiago também acusou, especificamente, a fundadora da Reformation, Yael Aflalo. "Quando conheci Yael, fiquei muito entusiasmada por me apresentar como assistant manager de sua flagship. Mas ela me olhou de cima a baixo com desprezo e foi embora. Sua mentalidade é o motivo pelo qual a mesa de liderança da Ref [Reforma] é do jeito que é e sempre tratou negros e pessoas de cor da forma que trata".
Santiago disse que, ao deixar o cargo em dezembro de 2016 e contar sua experiência como "chefe da sede [da Reformation]", nada foi feito em resposta à sua experiência.

Depois de Elle Santiago ter sido compartilhado esta experiência, o perfil da Diet Prada replicou um pedido de desculpas publicado por Yael Aflalo através do Instagram da Reformation.
"Eu falhei", diz a declaração. "Parte da sustentabilidade é tratar as pessoas da mesma forma. Percebo que falhei com todos vocês a esse respeito - especialmente a comunidade negra. Infelizmente, a forma como praticamos a diversidade no passado tem sido através de um 'olhar branco' que se aproxima demasiado da ignorância... Estou muito brava comigo mesma por não ter visto isso antes".
Yael Aflalo confessou que "não era uma líder muito boa" e que as suas ações "não eram sobre a cor da sua pele", mas um resultado de suas "deficiências como pessoa". Yael Aflalo afirmou também que a empresa está fazendo uma investigação independente para analisar as preocupações no local de trabalho. Além disso, ela também vai lançar um "Conselho de Diversidade e Inclusão", em um esforço para melhorar a sua cultura empresarial.
A própria Aflalo disse que fará uma doação de 500.000 dólares dividida entre o Legal Defense and Educational fund da NAACP, o Thurgood Marshall College Fund e o National Black Child Development Institute.

Refinery29
Por sua vez, na segunda-feira (8), a co-fundadora e editora-chefe da Refinery29, Christene Barberich, anunciou a sua saída da empresa, à medida que surgiram alegações de uma cultura tóxica na empresa.
No Twitter, a empresa foi acusada de não pagar salários justos a funcionários negros, não colocar mulheres negras em altos cargos de liderança, bem como de negligenciar o tratamento das micro-agressões dirigidas a funcionários negros da administração.
Na sequência, vários ex-jornalistas da Refinary29 compartilharam suas experiências negativas, incluindo Andrea González-Ramírez, que afirmou ter recebido 15.000 dólares a menos que dois funcionários brancos com o mesmo cargo.
González-Ramírez disse ainda que outras mulheres de cor da empresa experimentaram ser tone-policed, vendo outras receberem créditos por seu trabalho, ou seja, confundidas com outra mulher de cor da empresa, mal remuneradas, entre outras questões.
No seu anúncio de demissão, Barberich disse ter lido e levado em conta os relatos pessoais de mulheres negras, entre outras mulheres de cor, sobre as suas experiências dentro da Refinery29.
"Vou me afastar do meu cargo na R29 [Refinery29] para ajudar a diversificar nossa liderança editorial e garantir que esta marca e as pessoas que ela toca possam desencadear um novo capítulo".

A Refinery29 também publicou uma declaração sobre o assunto no Instagram: "Somos, e sempre fomos, uma empresa e uma marca que procura se responsabilizar por elevar vozes sub-representadas. Estamos todos prontos para fazer um trabalho para construir novos caminhos para a mudança".
Nos comentários, essa declaração foi amplamente criticada. "O que é essa 'declaração?'", disse Phoebe Robinson, comediante e co-criadora de 2 Dope Queens. "Apenas uma 'salada de palavras'. Que bom que parei de fazer coisas com vocês há anos".
Copyright © 2023 FashionNetwork.com. Todos os direitos reservados.