Ralph & Russo entra em liquidação judicial, mas "continua a operar"
A Ralph & Russo parece ser a mais recente vítima empresarial da crise sanitária global que atingiu tantas empresas de moda no ano passado. A marca de prêt-à-porter e alta-costura, lançada há 11 anos por Tamara Ralph e Michael Russo, anunciou na quarta-feira (17) que se encontra em liquidação judicial.

A empresa partilhou a notícia via Instagram "com grande tristeza", dizendo que "tomou uma decisão difícil para ajudar a garantir o sucesso contínuo da empresa e reestruturar o negócio após a economia varejista em todo o mundo ter sido severamente afetada pela pandemia de Covid-19".
Os designers disseram também que pretendem "manter o negócio funcionando durante este período”. “Continuamos totalmente comprometidos em apoiar a nossa incrivelmente leal clientela global e o nosso staff maravilhoso, sem os quais nada disto teria sido possível."
Diante desta declaração, especula-se que a marca poderá ser comprada por pessoas com informação privilegiada num acordo de liquidação. Mas, também se acredita que poderá haver muito interesse de outras partes em adquirir a marca.
Este ano, houve muitos rumores sobre a força da empresa, mas na semana passada um porta-voz disse à Sky News que esta lutaria contra qualquer tentativa dos credores de força-la à insolvência.
Há pouco tempo, a empresa parecia estar numa maré positiva, tendo recebido um grande impulso publicitário quando fez o vestido que Meghan Markle usou para anunciar o seu noivado com o Príncipe Harry.
Fundada em 2010, os investidores da empresa incluíam vários empreendedores britânicos endinheirados, como o promotor imobiliário Nick Candy e o multimilionário John Caudwell. A Tenor Holding de Lars Windhorst, que também controla a La Perla, pagou cerca de 40 milhões de libras (46,69 milhões de euros) por uma participação minoritária em 2019, momento no qual a empresa era avaliada em cerca de 175 milhões de libras (204,28 milhões de euros).
No entanto, a crise da Covid-19 desferiu sobre a marca um golpe insuperável. O cancelamento dos eventos "red carpet", galas e casamentos fez com que a demanda por vestidos de 50 mil libras caísse drasticamente. A empresa cancelou o seu desfile de alta-costura em janeiro, mas disse que voltaria.
A empresa tem cerca de 100 funcionários, que estiveram em lay-off no último ano. No entanto, houve relatos de atrasos nos pagamentos e de que alguns oficiais de justiça se apresentaram na sua sede em Mayfair.
No entanto, a Sky News disse também na quarta-feira que uma fonte próxima da empresa alegou que o negócio estava começando a se recuperar.
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