6 de set. de 2017
Quem entrou ou saiu do clube do bilhão do varejo
6 de set. de 2017
Existem alguns números simbólicos que boa parte dos varejistas tenta alcançar. Chegar a vendas de R$ 1 bilhão certamente é um desses obstáculos figurativos. Há inclusive a nomenclatura de “clube do bilhão” para as empresas que ultrapassaram a barreira.
Segundo dados do Ranking NOVAREJO Brasileiro, mesmo em um momento de crise econômica, 90 varejistas figuraram no seleto grupo de bilionários no ano passado. O que chama a atenção é que é o mesmo número apresentado em 2015. Mas há diferenças: três empresas saíram para outras três entrarem.
Os entrantes foram o Atakadão Atakarejo, da Bahia, Supermercados Irmãos Lopes, baseados na cidade de Guarulhos (SP), e a varejista gaúcha de móveis e eletrodomésticos Lebes. Já quem perdeu o lugar no grupo foram redes tradicionais: as redes paulistas Tok&Stok e Grupo IMC, além da carioca Casa & Vídeo.
Os segredos dos entrantes
Não confunda o Atakadão Atakarejo com o irmão rico, controlado pelo Carrefour. O Atakarejo em questão possui apenas sete lojas, todas localizadas no estado da Bahia. Mesmo sendo tão menor em comparação ao Atacadão, que faturou R$ 28,4 bilhões em 2016, a empresa baiana não fez feio.
O crescimento, claro, também foi puxado pelo segmento de atacarejo, que vem ganhando espaço frente ao varejo alimentar convencional. Com vendas em quantidade e custos menores de manutenção e estoque, o Atakadão Atakarejo aproveitou o momento de bolsos vazios do consumidor soteropolitano. A empresa cresceu 24,1% no ano passado e chegou a faturar R$ 1,17 bilhão.
Já o Supermercados Irmãos Lopes, que utiliza a bandeira Lopes Supermercados, tem a estratégia de atacar pelas beiradas. A rede, que nasceu na cidade de Guarulhos, vizinha à São Paulo, vem se expandindo pela cidade da Grande São Paulo e também por regiões periféricas.
Atualmente, a varejista tem 28 lojas, sendo 14 delas em Guarulhos e o restante em municípios como Carapicuíba, Osasco e em bairros mais afastados de São Paulo, como Itaquera, na Zona Leste, e Capão Redondo, na Zona Sul. A estratégia fez a empresa crescer 10,6% em plena crise, chegando a vendas de R$ 1,12 bilhões.
Já a rede Lebes, do Rio Grande do Sul, apostou na abertura de lojas para ultrapassar a barreira simbólica. Com 11 novas unidades inauguradas em 2016, a empresa precisou até a contratar novos funcionários e encerrou o ano passado com 3 mil empregados, 200 a mais do que no período anterior. O resultado foi um aumento nominal de 10% nas vendas e a marca de R$ 1 bilhão em faturamento.
A vida não é simples na crise
As redes que deixaram o clube são bem conhecidas do consumidor brasileiro. Algumas delas, inclusive, possuem abrangência nacional. A crise, no entanto, foi certeira com elas.
A Tok&Stock, por exemplo, tem unidades em 18 estados. Quem controla a empresa é o fundo americano de private equity Carlyle, que pagou R$ 700 milhões por 60% da empresa em 2012. A experiência e expertise dos controladores, no entanto, não foi tão efetiva em 2016.
Com o crédito escasso e o bolso vazio, os consumidores deixaram as compras de móveis e peças de decoração de lado. O resultado pode ser visto no balanço da empresa. No ano passado, houve uma queda de 7,4% nas vendas, o que fez a receita da companhia ir para R$ 966,7 milhões.
A saída foi fechar lojas
Situação parecida ocorreu com o Grupo IMC. Entre as bandeiras operadas pela companhia estão os restaurantes Frango Assado, que costuma ficar à beira das rodovias, e o Viena, muito comum em shoppings pelo Brasil. Diante das dificuldades da economia, a multinacional, que também opera nos Estados Unidos e em países caribenhos, a empresa decidiu rever seu número de lojas.
Somente em 2016, foram 25 unidades deficitárias fechadas – sete delas em aeroportos, que possuem aluguéis mais caros. A estratégia, apesar de ter aumento a rentabilidade e diminuído o prejuízo, trouxe diminuição de 10,6% nas vendas da varejista. Logo, no ano passado, o faturamento da rede no País foi para R$ 954 milhões.
A última a deixar o clube do bilhão em 2016 foi a Casa & Vídeo, que teve um decréscimo de 12% no seu faturamento.
A companhia carioca passou por uma das mais conhecidas reestruturações no início da década, época em que quase foi à falência. Lojas de departamentos, que costumam ter um valor maior nas prateleiras, acabaram sofrendo mais com a crise e perderam espaço para segmentos mais econômicos, como o atacarejo.
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Fonte: Portal Novarejo
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