Com o tema “Empreendorismo - As Oportunidades Depois da Crise”, o Fórum da Indústria Têxtil reuniu mais de 200 empresários do setor para ouvir a atualização dos números, mas também os exemplos de sucesso e as opiniões dos especialistas sobre a inovação e o empreendorismo na ITV nacional.

Manuel Teixeira, diretor do CENIT– Centro de Inteligência Têxtil, foi o primeiro a traçar um quadro dos resultados econômicos da indústria têxtil e de vestuário (ITV), revelando uma quebra de 16,8% nas exportações entre Janeiro e Agosto de 2009. Manuel Teixeira destacou o fato dos países vizinhos da Europa estarem perdendo terreno nas exportações para a UE e o aumento das exportações da Espanha, o principal mercado português, "revelando o sucesso dos modelos das cadeias de distribuição espanholas".

O presidente consultivo do Fórum da Competitividade, Mira Amaral, explanou uma visão negativa da economia portuguesa, considerando Portugal "um país submergente, com níveis de endividamento elevado, economia em declínio, um governo demasiado pesado e uma sociedade cada vez mais desequilibrada". Ele acredita que "o setor têxtil, vestuário e de calçado não vai desaparecer em Portugal, mas serão empresas mais flexíveis e de resposta rápida que irão prosperar".

Os casos da Biodevices e da Six London foram dois dos exemplos de empresas empreendedoras, com sucesso conseguido à custa da inovação tecnológica e forte aposta na comercialização na Internet.

João Costa, presidente da Associação Têxtil e de Vestuário de Portugal, retomou a palavra apelando ao apoio do Governo às empresas do setor, nomeadamente com a revisão do PADIM – Programa de Apoio ao Desenvolvimento das Indústrias da Moda, um apelo a que Vieira da Silva, Ministro da Economia, Inovação e Desenvolvimento, que encerrou o Fórum, respondeu positivamente, ressalvando a importância da ITV na economia portuguesa. "O setor mantém-se mas não cristalizou", sublinhou Vieira da Silva, apontando a inovação e a internacionalização das empresas como o caminho a seguir.