Reuters
Estela Ataíde
30 de ago. de 2019
PVH continua a reduzir as suas previsões anuais de receita e lucro
Reuters
Estela Ataíde
30 de ago. de 2019
A PVH Corp reduziu na quarta-feira a sua previsão de lucros anuais pela segunda vez este ano, já que a proprietária da Calvin Klein está a sentir o efeito da prolongada tensão comercial entre os Estados Unidos e a China e dos protestos contínuos em Hong Kong.

Os retalhistas americanos estão preocupados com o custo da amarga guerra comercial e com os últimos planos do presidente Donald Trump de aumentar ainda mais as tarifas sobre os produtos chineses importados para os Estados Unidos.
A administração Trump tornou na quarta-feira oficial uma tarifa adicional de 5% sobre as importações chinesas no valor de 300 mil milhões de dólares e fixou as datas de cobrança para 1 de setembro e 15 de dezembro.
A PVH, que no ano passado importou cerca de 400 milhões de dólares (361 milhões de euros) de inventário do país asiático, disse contar que a tarifa afete os seus lucros em aproximadamente 20 cêntimos por ação em 2019.
Às preocupações da empresa somam-se as crescentes promoções dos retalhistas e centros comerciais no mercado doméstico, que lutam para combater as baixas vendas devido à queda nos gastos turísticos e aos meses de turbulência política em Hong Kong.
A PVH espera obter lucros ajustados anuais entre 9,30 e 9,40 dólares por ação, em comparação com as estimativas anteriores estabelecidas entre 10,20 e 10,30 dólares por ação.
A empresa também reduziu as sua previsão de receita anual para um crescimento de cerca de 1%, abaixo das previsões anteriores que estimavam um crescimento de aproximadamente 3%.
O CEO, Emanuel Chirico, sublinhou que a volatilidade no ambiente macro, o cenário global do retalho e a contínua escalada das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China manterão o seu negócio sob pressão, assim como o impacto contínuo dos protestos em Hong Kong.
Apesar das previsões, a PVH anunciou ter obtido vendas trimestrais melhores do que o esperado, impulsionadas por uma maior demanda pelas peças Tommy Hilfiger. As vendas da marca, a sua maior geradora de receita, aumentaram 8% para 1,11 mil milhões de dólares (cerca de 1,001 mil milhões de euros).
No geral, a receita aumentou 1,3%, para 2,36 mil milhões de dólares, superando a previsão média dos analistas fixada em 2,33 mil milhões de dólares, segundo dados IBES da Refinitiv.
O lucro líquido atribuível à empresa aumentou para 193,5 milhões de dólares, 2,58 dólares por ação, no primeiro trimestre encerrado a 4 de agosto, contra 162,5 milhões de dólares, ou 2,12 dólares por ação, um ano antes.
Excluindo itens extraordinários, a empresa ganhou 2,10 dólares por ação. Os analistas haviam estimarado, em média, um lucro 1,88 dólares por ação. O preço das ações da empresa com sede em Nova Iorque caiu ligeiramente após este anúncio.
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