Jornal T
25 de abr. de 2017
Puma cresce 18% mas tem futuro incerto no grupo Kering
Jornal T
25 de abr. de 2017
Apesar de continuar em fase ascendente e ter registrado um crescimento de 18%, no primeiro trimestre, o futuro da Puma continua incerto no seio do grupo Kering. No fecho das contas dos primeiros três meses a performance da marca desportiva chegou a um bilhão de euros de volume de negócios e as previsões até ao final do ano apontam também para um crescimento de 10%.
Mesmo assim, o grupo Kering parece apontar o foco para as suas casas de costura – Gucci, Saint Laurent, Balenciaga… –, e apresenta-se hoje no seu site apenas como “um grupo mundial de luxo”. Também no relatório de atividades do primeiro trimestre, que há dias foi apresentado, a divisão de Sport & Lidestyle aparece relegada para a parte final do documento.
Sinal dessa separação é ainda o facto de o presidente do grupo, François-Henri Pinault, ter deixado agora de fazer parte do conselho de administração da Puma, especulando-se que este é mais um sintoma que reforça os rumores que nos últimos tempos apontam para a saída da marca desportiva do portfólio do grupo Kering.
A aquisição da Puma, em 2007, foi uma das primeiras decisões da administração de Pinault quando ascendeu à direção do grupo crido pelo pai, mas a recente assembleia geral com a redução da administração de nove para seis elementos e o seu abandono da administração da empresa, parecem dar força à ideia de afastamento.
“Seis membros são suficientes para uma direção flexível e efetiva da empresa e para evitar um inútil e laborioso processo de tomada de decisão. Os seis últimos anos mostraram que um conselho de administração mais restrito corresponde mais ao tamanho da empresa”, explicou Jean-François Palus, presidente do conselho de administração da Puma.
A questão da venda da Puma pelo grupo Kering tem sido levantada nos últimos tempos com regularidade pela imprensa e pelos analistas financeiros, rumores que levaram o CEO da Kering a afirmar que não havia “a intenção de vender a Puma no curto prazo”. Foi em Junho, no Financial Times, e muita água correu entretanto por baixo das pontes.
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