
Edoardo Meliado
22 de jul. de 2020
Previsões "dramáticas" para a moda masculina italiana

Edoardo Meliado
22 de jul. de 2020
É uma parada brutal para a moda masculina Made in Italy. Embora o setor tenha registrado crescimento positivo nos últimos anos, ele está congelado por causa da crise ligada à pandemia de coronavírus. Segundo Claudio Marenzi, presidente da Pitti Imagine (organizadora da famosa feira de moda masculina florentina Pitti Uomo), o faturamento do setor poderá cair de 25 a 35% em 2020. "Essa estimativa é baseada em primeiros quatro meses do ano e a queda pode chegar a -50%", alertou o líder na abertura da coletiva de imprensa do Pitti Connect, a primeira edição exclusivamente digital do Pitti Uomo.

Em 2019, a moda masculina italiana experimentou um crescimento anual de 4,5% e até ultrapassou os 10 bilhões de euros em faturamento. "Então veio o Covid, e os números são dramáticos", adverte Claudio Marenzi, que prevê dois cenários possíveis para o próximo outono. "Tudo vai depender do surto do vírus", diz o gestor, que é também diretor da marca de jaquetas e casacos Herno.
No caso de uma segunda onda "controlada", segundo ele, poderia ocorrer uma reviravolta no outono-inverno de 2021. Mas, na previsão menos otimista, "não sairemos da crise antes da primavera-verão de 2022".
Seria preciso esperar mais um ano e meio para o setor se relançar, após um 2019 muito positivo, com crescimento de 6,6%, impulsionado pelas exportações (+10%), com o boom no Reino Unido (+22%), que se tornou o principal mercado de negócios à frente da Suíça e da Alemanha, mas também um crescimento positivo na Ásia, liderado pelo Japão e Coreia (+17%) e China (+7%).
"As repercussões da crise serão sentidas a partir do próximo inverno, mas serão dramáticas para a primavera-verão de 2021. Todas as empresas, grandes ou pequenas, terão dificuldades que dependerão principalmente de sua capacidade de endividamento", acrescenta Claudio Marenzi.
Muitos apostam nas vendas online como uma oportunidade de relançamento e a plataforma digital Pitti Connect é um exemplo disso, permitindo que marcas ainda menos estruturadas apresentem suas coleções e recebam pedidos apesar das limitações atuais.
No entanto, o presidente Claudio Marenzi conclui que o "fisico continuará insubstituível. Os clientes multimarcas querem voltar fisicamente e, quando essa trágica provação passar, grande parte do sistema retornará aos eventos pré-Covid, com visitas a showrooms e feiras físicas".
Copyright © 2023 FashionNetwork.com. Todos os direitos reservados.