Presidente da Levi Strauss fala sobre as quatro grandes tendências que moldam o varejo
Durante a abertura do World Retail Congress, em Roma, na quinta-feira (7), o presidente e CEO da Levi Strauss, Chip Bergh, falou das quatro grandes tendências que moldam o varejo de hoje.

Chip Bergh apontou a sustentabilidade, digitalização e comércio eletrônico, resistência da cadeia de abastecimento, bem como a importância das pressões de custos e inflação, em uma ampla entrevista com Susan Hart, co-líder de Prática Global de Varejo na empresa de pesquisa executiva Spencer Stuart.
Em termos de sustentabilidade, Bergh detalhou o estresse que a indústria do vestuário está instalando no planeta. Na Levi's, a empresa está trabalhando para reduzir a sua pegada ambiental, utilizando fibras como o cânhamo, que são mais sustentáveis, enquanto procura formas de reduzir a utilização de água.
"A sustentabilidade costumava ser um bom nicho do ponto de vista do consumidor e muito centrado na Europa. Agora é verdadeiramente global e transversal a gerações. O jovem consumidor, em particular, está realmente concentrado nisto. Se perguntarmos a um adolescente de hoje, é muito provável que diga que as alterações climáticas estão no topo das suas preocupações", explicou.
Sobre a tecnologia digital, adverte que as empresas que não adotarem simplesmente vão morrer. E isso além do comércio eletrônico, desde a concepção de produtos até às cadeias de fornecimento.
"Há tanto do nosso negócio que se pode digitalizar, desde a forma como concebemos o produto até à forma como conseguimos que o produto seja armazenado". "Tudo pode ser digitalizado e podemos reduzir tempo e toques, simplificar dramaticamente o negócio".
Sobre as cadeias de abastecimento, diz acreditar que "a globalização está morta" e que as empresas procuram cada vez mais produzir bens mais próximos dos mercados em que comercializam.
"A nossa indústria tem tradicionalmente buscando a base de produção de mais baixo custo em todo o mundo, mas isto está chegando ao fim. O nome do jogo hoje em dia é "resiliência e agilidade da cadeia de fornecimento", observa Bergh.
"Vamos ver mais produção a aproximar-se do mercado devido à importância dessa agilidade e capacidade de resposta e tendo confiança de que o produto vai estar na prateleira da loja quando for necessário".
Sobre o aumento das pressões de custos e da inflação, Bergh diz que parte disso está sendo impulsionado pela pandemia, parte por estrangulamentos na cadeia de abastecimento e parte por escassez de mão-de-obra em algumas regiões do mundo.
Por fim, em relação a diversidade, equidade e inclusão, admite que "despriorizar" a diversidade e a inclusão nos primeiros tempos foi o seu maior erro com a empresa.
"Olhando para trás, foi um dos maiores erros que cometi nos meus 10 anos, pois, no meu coração e alma, acredito que uma organização diversificada superará sempre uma organização homogênea".
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