Pitti Uomo celebra Pierre-Louis Mascia no Palazzo Antinori
Pierre-Louis Mascia, um fiel expositor na Pitti Uomo, teve o seu momento de glória na noite de quarta-feira (11 de janeiro), durante um evento especial organizado como parte do desfile de moda masculina. O criador de Toulouse assumiu o palácio histórico renascentista dos marqueses de Antinori para a ocasião, recebendo os seus convidados num dos mais belos edifícios de Florença construído nos finais do século 15.
Logo a partir do pátio, o tom é definido com uma imensa tapeçaria montada num baldaquino, servindo de pano de fundo. Depois de subir as escadas para o palácio, basta deixar-se guiar pela série de salas redesenhadas pelo talentoso ilustrador-desenhador com o seu parceiro de há 15 anos, o impressor de seda de Como, Achille Pinto.
Uma sala é coberta por cortinas escuras com múltiplos padrões, ao mesmo tempo que sumptuosas cortinas se abrem a uma espécie de camarins, onde as peças da coleção para a estação de outono-inverno 2023/24 são expostas. Estolas com desenhos paisley em tons de amaranto, casacos de lã de tartan, camisas de seda estampadas, malhas jacquard, coletes acolchoados, casacos de cores vivas e capas de veludo estampadas.
Inspirados por civilizações esquecidas no tempo, dos mosaicos bizantinos ao simbolismo medieval, padrões e gráficos fundem-se numa paleta de cores quentes e escuras, misturando-se com letras e textos. Como a série de T-shirts, dispostas numa grande mesa de jantar por entre porcelana chinesa antiga, com palavras e poemas de Baudelaire.
A melodia melancólica de India Song, do filme homônimo de Marguerite Duras, cujas imagens são projetadas numa parede, acompanha suavemente o visitante, reinterpretada pelo rapper Wisly, que também recita versos de Baudelaire. Esta atmosfera íntima faz mergulhar gradualmente o visitante no mundo de Pierre-Louis Mascia.
"Eu gosto de contar histórias com imagens. Queria mostrar aqui quem somos, ou seja, o têxtil, os meus desenhos, mas também esta casa que me acompanha como uma incrível ferramenta de trabalho. Em todas as paredes, selecionamos uma série de gravuras dos nossos arquivos", explica o designer, sublinhando como o seu trabalho faz parte do longo prazo. "É uma ideia que se estica e cresce com cada coleção", diz.
O homem que foi durante nove anos o diretor artístico da mostra de acessórios parisienses Première Classe e que trabalhou para as marcas de calçado Robert Clergerie, Stephane Kelian e Arche (entre outras), continua a crescer. Após a abertura de uma primeira boutique com o seu nome no coração de Milão no ano passado, está prevista uma nova abertura, novamente na Itália, desta vez em Portofino. Além disso, a marca iniciou um projeto pop-up dentro da cadeia de hotéis de luxo de Belmond.
O criador, originário de Rodez, que instalou o seu estúdio em Toulouse, onde estudou Belas Artes, começou como ilustrador, trabalhando em particular para Yohji Yamamoto e Romeo Gigli. Foi sozinho em 2007, com uma pequena série de acessórios de seda impressos feitos por Achille Pinto, que a partir de 2018 se tornou o seu parceiro financeiro.
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