Pitti irá seguir com evento de fevereiro, diz CEO
O Pitti está determinado a seguir em frente com o seu próximo evento físico, em fevereiro, e espera a presença de cerca de 300 marcas, de acordo com Raffaello Napoleone, CEO do salão de moda florentino.
O Pitti, que conta com três eventos diferentes, Uomo para homem, Bimbo para criança e Filati para têxteis, foi forçado a cancelar todos os seus salões presenciais este ano após a edição de janeiro do Uomo, quando a pandemia começou a ganhar força. Embora a organização tenha realizado várias edições digitais, com destaque para o lançamento do projeto digital Pitti Connect, em julho.
A próxima edição do Pitti Connect, onde será apresentada a moda masculina, acontecerá em formato online em janeiro. E, conforme foi noticiado anteriormente, o Pitti organizará um evento físico conjunto das suas três divisões de 21 a 23 de fevereiro.
“Temos cerca de 300 marcas em fevereiro que já pagaram. Portanto, esperamos de um quarto a um terço do nosso número habitual de marcas. Ainda que, honestamente, seja impossível saber agora exatamente quantos serão", explicou Napoleone numa chamada via Zoom com a FashionNetwork.com.
Todo o evento acontecerá na Fortezza da Basso, a gigantesca fortaleza medieval que é o coração do Pitti, ao contrário de uma temporada normal onde showrooms, desfiles e lançamentos acontecem em palácios dourados e locais históricos em toda a capital do Renascimento.
O governo italiano proibiu qualquer evento ao vivo até 15 de janeiro do próximo ano, observou Napoleone, acrescentando que, se a restrição fosse alargada, o Pitti devolveria todos os custos da reserva aos expositores. “Já devolvemos 80 milhões de euros em junho. Isso é metade do nosso faturamento anual para os três salões. Outros salões apenas deram um voucher às pessoas!”
O Pitti tem uma estrutura organizada de pagamento dos estandes dentro da fortaleza, de acordo com o piso, o acesso e a configuração. Mas, um valor aproximado para as marcas é de 300 euros por metro quadrado.
O CEO do salão alerta para o fato de que, para muitas empresas de moda e acessórios de pequeno e médio porte, o Pitti continua sendo um mercado essencial para conhecer proprietários de lojas, grandes armazéns e varejistas online. “Temos muitas marcas pequenas, mas criativas. São a espinha dorsal da Itália. Estes pequenos expositores não têm organização para vender no exterior sem um salão como o nosso. Não são empresas de 500 milhões de euros.”
Napoleone admite ser impossível prever exatamente quantos visitantes estarão na edição de fevereiro, mas destaca que ainda há voos regulares dos Estados Unidos ou da China para Roma, embora com requisitos de testes Covid antes do embarque e no desembarque.
O responsável especula também que algumas marcas poderão mostrar versões atualizadas das coleções de outono para 2020/21 que não puderam ser enviadas aos varejistas.
“É difícil saber o que vai acontecer. Na Itália, quando uma região abre, outra fecha. Comercialmente, no geral, a situação continua um desastre. Também temos muitos varejistas que estão sofrendo bastante. Estão fechando um grande número de lojas multimarcas, não conseguem pagar alugueis. Os proprietários nem sempre estão dispostos a reduzir o valor. Portanto, qualquer oportunidade para uma marca se encontrar com clientes num salão é bem-vinda. E, sim, o digital é muito importante, mas na moda uma apresentação ao vivo tem um impacto completamente diferente para o atacadista ou consumidor.”
A plataforma Pitti Connect, que estreou em julho, atraiu 288 marcas para a divisão Uomo, e cerca de 550 no total quando Filati e Bimbo foram acrescentados. “Atraímos 9.500 compradores e 1,5 milhões de visitas. Sei que 2021 continuará certamente sendo difícil. Mas, esperamos ter uma edição física completa do Pitti Uomo em junho. Afinal, será sua centésima edição.”
Usando a expressão em latim, Napoleone conclui: “Audaces fortuna juvat” (a sorte favorece os audazes).
Copyright © 2024 FashionNetwork.com. Todos os direitos reservados.