Por
Portugal Textil
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Publicado em
23 de fev. de 2011
23 de fev. de 2011
Pinault comanda Gucci
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Portugal Textil
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23 de fev. de 2011
23 de fev. de 2011
O magnata francês do varejo e da moda, François-Henri Pinault, anunciou na semana passada que ele próprio irá assumir a gestão do grupo Gucci, face à reorganização que está em curso na casa mãe, o grupo PPR.
![]() Desfile da marca Gucci primavera|verão. Foto: Pixel Formula |
A reorganização que tem sido feita nos últimos anos tem como objetivo a focalização do grupo francês nas áreas de negócio mais rentáveis, nomeadamente as suas marcas de moda de luxo, e o abandono de áreas como o varejo através da venda desses ativos.
Pinault, principal acionista e presidente do conselho de administração do conglomerado PPR, substituirá Robert Polet como presidente-executivo da Gucci. Alexis Babeau, antigo administrador responsável pelas operações do grupo de origem italiana, assumirá a agora criada função de administrador-delegado.
Apesar do timming da decisão ser um pouco inesperado, a decisão em si mesma era já esperada. Polet, com 55 anos, está à frente dos destinos da Gucci desde 2004. Durante a sua gestão, o volume de negócios da empresa mais que duplicou e os seus resultados operacionais triplicaram. Apesar dos excelentes resultados, o ainda presidente-executivo tem vindo a ser “tapado” pelo seu enérgico patrão.
Segundo fontes internas do grupo, François-Henri Pinault, de 48 anos, quer exercer mais ativamente o seu controlo sobre a Gucci, empresa que o seu pai ganhou em 1999 numa batalha contra outro titã da indústria do luxo, Bernard Arnault, patrão do grupo Louis Vuitton Moet Henessy (LVMH).
O antecessor de Polet, Domenico de Sole, saiu da empresa em 2004 juntamente com o mediático designer Tom Ford, após a insistência do grupo PPR em controlar ativamente a gestão da Gucci.
Pinault referiu a um pequeno grupo de jornalistas que a questão da partida de Polet estava em cima da mesa há já alguns meses, tendo sublinhado que o presidente-executivo da Gucci foi totalmente bem sucedido, mas que as alterações na gestão do grupo PPR iriam alterar o seu grau de autonomia.
«Robert Polet poderia ficar, falamos sobre essa possibilidade em conjunto. Mas ele quis alterar a sua missão», afirmou Pinault referindo desconhecer o futuro do seu antecessor e acrescentando que ele iria provavelmente assumir outros projetos.
«Polet certamente não passará a ser uma dona de casa», ironizou.
O ainda presidente-executivo do grupo Gucci, por sua vez, referiu em entrevista telefônica que esta reorganização foi efetuada em conjunto com o Pinault e que não sente nenhum tipo de arrependimento da decisão que tomou. «Considero que cumpri a minha missão e que esta foi a decisão mais acertada», afirmou Poulet. «Só pode haver um capitão no navio. Ou era ele ou era eu. E ele queria ser a pessoa ao leme», concluiu o executivo.
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