31 de jan. de 2019
Pesquisas mostram que consumidores esperam ativismo das marcas
31 de jan. de 2019
Os consumidores depositam nos CEOs das empresas suas esperanças de mudança no mundo. É o que indica uma pesquisa da Edelman, especializada em consultoria e relações públicas, feita com 33 mil pessoas de 27 países, entre eles, o Brasil. Segundo o estudo, os clientes estão interessados em marcas que se posicionem sobre temas considerados polêmicos e que abracem causas, como a igualdade de gênero e a sustentabilidade. Os entrevistados também acham que os líderes das companhias podem criar mudanças positivas em questões como preconceito e discriminação em vez de esperar por atitudes de governantes.

Segundo o estudo, mais de 50% dos entrevistados acham que os CEOs podem criar mudanças positivas em questões como igualdade de remuneração, preconceito e discriminação, e 71% acreditam que os líderes devem se posicionar em questões desafiadoras, como a relação “automação x empregos”. No Brasil, 77% dos entrevistados afirmaram confiar no empregador, cinco pontos percentuais acima do resultado do ano passado.
Outra pesquisa que reforça a consciência dos consumidores foi feita por meio de uma parceria entre a Bridge Research e a Samsung, que entrevistou 319 brasileiros, entre 18 e 60 anos. O levantamento mostra que 85% dos entrevistados acreditam que as marcas precisam ter diversidade em suas propagandas. Para 67%, é importante que os materiais de comunicação das marcas sejam inclusivos, porque isso ajuda no combate ao preconceito. E 80% responderam que a comunicação com diversidade faz a marca ser percebida como uma empresa que respeita a pluralidade da sociedade. Ainda segundo dados da pesquisa, 73% afirmam que a diversidade no país não é respeitada.
Em 2017 a Gucci foi a primeira grife a assinar um acordo com a ONG Parks para promover a diversidade e inclusão dentro da marca. A Parks é uma organização que auxilia empresas na hora de adotarem estratégias e práticas que respeitem a diversidade, com foco em orientação sexual e igualdade de gênero.
Stella McCartney, Dior e Vivienne Westwood são outros exemplos de grifes engajadas em causas sociais. A grife da filha do ex-Beatle produz coleções com materiais como algodão orgânico, tecidos recicláveis, cashmere renovável e couro vegetariano. Em sua linha em parceria com a Adidas, ela também preza pela sustentabilidade, fazendo com que mais de 30% das coleções fossem eco-friendly.
Na Dior, Maria Grazia Chiuri trouxe as camisetas "We should all be feminists" (todos nós deveríamos ser feministas), em sua coleção de estreia na maison, em 2017, intitulada ‘’O mundo precisa ser mais feminino – e feminista’’. No ano seguinte, ela se questionou: "Why have there been no great women artists?" (por que não existiram grandes artistas mulheres?), fazendo referência ao ensaio de 1971 da historiadora Linda Nochlin sobre o efeito duradouro do patriarcado sobre a arte.
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