Peru: duplicar as exportações de têxteis é a prioridade

Por

Maite Ruiz-Atela

Publicado em
2 de mai. de 2013

O Ministro José Luis Silva anunciou que a edição 2013 da Peru Moda encerra uma etapa. Ele recordou que, em sua primeira edição, a Peru Moda atraiu 20 compradores frente aos 1.950 que vieram à Lima em abril deste ano. "Até agora, a função prioritária da feira era promover os têxteis e fibras peruanos. Agora estamos em uma segunda fase que deslanchará em 2014. A Peru Moda tem de internacionalizar-se e abrir suas portas para empresas estrangeiras", declarou Silva para a FashionMag.

Para ele, é fundamental contar com um novo espaço para a feira, moderno e com maior capacidade, o qual, segundo o ministro, estará pronto dentro de um prazo de 2 a 3 anos.

Quanto aos objetivos comerciais, o ministro pretende alcançar os 220 milhões de dólares em 2016, frente aos 122 milhões de 2013. "É fundamental contar com um novo espaço para a feira que abrigue novos expositores, alguns dos quais já se encontram na lista de espera por falta de espaço", ressaltou.

Aumentar as exportações de têxteis é, sem dúvida, um tema prioritário para o Peru. Segundo Silva, o orçamento destinado a uma grande variedade de itens é de 110 milhões de dólares, um montante insuficiente, que teria de ser duplicado (com aportes privados) para a execução dos seguintes objetivos.

Em 2011, o Ministério do Comércio Exterior e Turismo colocou em prática um plano quinquenal com o objetivo de duplicar o total das exportações não tradicionais e triplicar as tradicionais. O ministro diz que é muito importante conseguir a incorporação de um número maior de empresas à exportação.

Neste sentido, Silva detalhou algumas das ações que estão sendo levadas a cabo por seu ministério: a organização de missões comerciais em potenciais mercados, a presença em feiras do setor em âmbito mundial, a formação ou capacitação para empresas, proporcionando ferramentas adequadas às suas características, a instituição de programas sociais, bioambientais, orgânicos e de comércio justo (principalmente entre as mulheres e artesãos).

O peso do Peru dentro da América Latina tem ganhado terreno nos últimos anos. Segundo o Ministro Silva "o Peru se encontra entre a primeira e a segunda posições no setor têxtil (têxteis e roupas acabadas), competindo com o Brasil e com a Colômbia. Estamos exportando cada vez mais peças de vestuário em algodão e produtos que incorporam um maior valor agregado. Um exemplo de crescimento é o da confecção infantil", apontou.

Diante da atual crise econômica mundial, o Peru está se esforçando para diversificar mercados para suas exportações. Importantes clientes europeus, como a Espanha, a Itália e a França reduziram suas compras do Peru. A Alemanha se manteve em 2012 e ocupa o primeiro lugar do ranking. Nas Américas, o primeiro cliente é o México, seguido do Brasil.

Durante 2013, as principais ações de promoção do setor dirigiram-se aos países nórdicos (3ª missão para a Dinamarca e a primeira para a Suécia), à França (feiras), ao México, Canadá e Brasil. Uma importante prospecção de mercado também se iniciará na Rússia e, para 2014, Japão e Hong Kong serão mercados prioritários. A negociação de um tratado de livre comércio com a Rússia é uma das prioridades de seu ministério.