Para o seu primeiro desfile Cruise, Giorgio Armani aposta no minimalismo moderno
Giorgio Armani apresentou seu primeiro desfile Cruise na noite de sexta-feira em Tóquio. A coleção, muito extensa, foi apresentada com grande pompa no museu nacional da capital japonesa.
Apresentado em dois desfiles mistos diante de um publico composto por nomes como Uma Thurman e Tadao Ando, o evento destacou a capacidade de Giorgio Armani de criar roupas altamente comerciais, mas com glamour suficiente para brilhar em um tapete vermelho. Acima de tudo, esta coleção foi repleta de influencias asiáticas e, especialmente, japonesas.
"O Japão é uma daquelas civilizações que sempre criaram beleza. Uma estética única, uma certa simplicidade, cheia de rigor, que combina o minimalismo austero de sua arquitetura moderna com a profunda compreensão de sua história antiga. É por isso que eu amo o Japão ", disse Giorgio Armani em uma coletiva de imprensa antes do desfile.
Esbelto e bronzeado, o estilista italiano vestia uma calça fluida, uma jaqueta trespassada desconstruída em jérsei de cashmere, tratada como jeans desbotado, uma malha de gola alta de cashmere azul marinho e tênis branco.
A longa silhueta dos looks femininos tinha a fluidez clássica de Armani, com ombros pronunciados e um toque de alfaiataria masculina. Ternos impecáveis príncipe de gales ou listrados. Cascos de tartaruga falsos por toda a coleção - desde túnicas e pulseiras até bolsas e pingentes.
Para a noite, belos vestidos longos em seda lavada com efeito tartaruga e jacquards revestidos. Este foi longo desfile, com um total de 122 looks.
Giorgio Armani chegou atrasado para a tendência dos desfiles Cruise. Marcas rivais como Louis Vuitton, Christian Dior e, principalmente, Chanel, organizam gigantescos eventos deste tipo ao redor do há um década. Mas Giorgio Armani é uma figura lendária no Japão, a meio caminho entre uma estrela do rock e uma divindade, como demonstrado pelas dezenas de convidados que esperaram pacientemente, curvando-se humildemente, para tirar uma foto com ele.
Para os homens, o costureiro italiano apostou em ternos feitos sob medida esculpindo o corpo, casacos de malha cortados de forma perfeita; elegantes casacos de gola xale e belos sobretudos, além de muitas peças de sportswear chic. Ele também propôs uma magnífica série de ternos que lembraram o público (composto de 380 convidados para cada um dos dois desfiles) que Giorgio Armani continua sendo o alfaiate mais influente da moda masculina e tem sido assim por meio século. A paleta de cores incluiu tons de chocolate, marrom e bege.
"O café é o novo cinza de Giorgio Armani", brincou o designer, que conseguiu inserir uma visita de três dias a Kyoto durante sua visita ao Japão. Novamente, estando na antiga capital imperial, centenas de admiradores o detiveram e educadamente lhe pediram para tirar fotos com ele.
Giorgio Armani esteve no Japão pela primeira vez na década de 80, quando foi um dos cinco estilistas convidados para receber um prêmio. O grupo incluiu Karl Lagerfeld, Hanae Mori, Zandra Rhodes e Perry Ellis. "Na época, eu era uma jovem designer e não podia acreditar que tinha sido convidado. Karl e Mr. Fairchild (o lendário editor do Women's Wear Daily, a bíblia da indústria, ed) foram meus mentores. Foi então que eu soube que este país significaria muito para mim", disse Armani quase com nostalgia.
Durante esta viagem, Giorgio Armani também esteve presente para a reabertura de sua flagship gigante, no distrito comercial de Ginza. "Eu não fiz essa coleção pensando no Japão, mesmo sabendo que viria para inaugurar a nova torre Armani. Se esta coleção voltasse amanhã à Milão, também funcionaria, já temos muitos compradores para ela. Mas quando eu vim para Tóquio, percebi que a coleção era mais moderna, mais fácil e mais casual, com um senso de pesquisa mais livre. É Armani, mas vista através de uma lente japonesa. Estas roupas são projetadas para os japoneses que tenho em mente", resumiu o criador octogenário.
A marca de Giorgio Armani sofreu uma desaceleração recentemente, mas o estilista ainda espera que ela retome o crescimento nos próximos dois anos. Armani permanece 100% de propriedade do seu fundador. Não surpreende que Giorgio Armani tenha orgulho de seu trabalho. "Aqui em Tóquio, andando pelas ruas, fiquei feliz em ver quantas pessoas usam produtos da Armani. Você sabe, os japoneses são mais Armani do que Armani", brincou Giorgio, que muitas vezes se refere a si mesmo na terceira pessoa.
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