17 de dez. de 2019
Para calçadistas, fim da tarifa de importação será desastrosa
17 de dez. de 2019
A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) participou, no último dia 10, da primeira reunião da Frente Parlamentar Mista de Defesa do Setor Coureiro-calçadista. O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, entregou um documento em que relata o potencial prejuízo da indústria calçadista diante de uma possível abertura comercial, em virtude da redução da tarifa de importação para países de fora do Mercosul (TEC).
“A Abicalçados não é contrária, de forma alguma, ao livre comércio. A questão é que, sem a redução do nosso custo de produção, estaríamos vulneráveis à concorrência de países asiáticos que têm um custo muito reduzido. Seria um desastre para a indústria nacional em geral, no especial a de calçados, que tem sofrido com a concorrência de países asiáticos mesmo com a imposição de tarifas de defesa comercial”, alerta.
Segundo o dirigente, uma abertura comercial sem redução dos custos elevados de produção eliminaria, rapidamente, milhares de empregos no setor calçadista. “Hoje sofremos com uma carga tributária que está entre as mais elevadas do mundo, além de problemas como custos trabalhistas, burocracias, logística cara e ineficiente, entre tantos outros”, diz.
O presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Setor Coureiro-Calçadista, deputado federal Lucas Redecker, também manifestou, em nota, preocupação com a redução da TEC. “O fato é que mesmo ainda mantendo números robustos, o setor perderá competitividade tanto no mercado interno como externo por causa de problemas gerados pelo Custo Brasil. O setor precisa de condições para competir e para que possa gerar o desenvolvimento e os empregos que tanto queremos”, argumentou o parlamentar.
Atualmente, o parque industrial calçadista tem mais de 6 mil empresas, que produzem cerca de 950 milhões de pares por ano, gerando divisas de mais de R$ 20 bilhões. Os empregos diretos ultrapassam 280 mil postos. O setor também tem papel importante nas exportações de calçados, embora a maior parte da produção fique no mercado doméstico. “Hoje exportamos 12% da nossa produção (em torno de 110 milhões de pares), número que seria muito mais elevado se não estivéssemos exportando o Custo Brasil”, completa Ferreira.
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