O homem de Alexander McQueen mergulha na fantasia de William Blake
Pinceladas de fantasia e degradês de cor tomam conta da última coleção masculina de Alexander McQueen para a próxima primavera-verão 2022. Roupas envoltas em uma aura fantástica e simbólica prestam homenagem e celebram a obra do poeta, pintor e tipógrafo britânico William Blake, que entrou na História da Arte graças ao seu rico universo e profunda versatilidade, sendo reconhecido como "artista total", e sendo a sua pintura definida como pintura fantástica.

Assim, a equipe liderada pela diretora criativa Sarah Burton desdobra uma viagem à imaginação do artista nascido em Londres em 1757 em sua última proposta, apresentada em 21 de julho. "Baseando-se no conceito da imaginação como uma forma pura de escapismo, concentra-se na leveza, ar e água; na beleza que emerge das trevas", detalhou a marca brevemente sobre a inspiração para a coleção na breve nota que acompanha o lookbook das últimas propostas.
Fotografada por Paolo Roversi, a coleção abre com um look sóbrio fiel à alfaiataria característica da marca britânica: um terno de lã preta de duas peças, revisitado através da aplicação de zíperes prateados que envolvem o casaco e definem as costuras laterais das calças. Uma silhueta também reinterpretada na coleção com um terno em lã rosa e zíperes em ambos os lados do casaco, que dá lugar a uma T-shirt branca de algodão, ajustada e sem mangas, cujo peito é coberto com uma ilustração fantástica de William Blake, em bordado estritamente preto.
As influências do pintor romântico com paixão pela mitologia – e marcado pelo iluminismo e pela Revolução Industrial em Inglaterra – refletem-se também em um longo casaco em jacquard marfim, que serve de tela para recriar a poesia de Dante em William Blake. Uma estampa que aparece em vários modelos de calças e casacos, bem como em um memorável vestido longo com corpete bordado e saia larga em tule e organza, onde se desfocam vários tons de azul em degradê, propondo uma masculinidade alternativa à alfaiataria e acenos à herança punk desta empresa pertencente ao grupo de luxo Kering. Dante foi o primeiro e maior poeta da língua italiana, definido como il sommo poeta.

A proposta se completa com um elegante smoking preto, cuja jaqueta troca as mangas por uma construção estruturada e com babados assimétricos que criam um efeito "peplum". Estilo recuperdo em uma camisa de popeline branca, também com pinceladas de Dante, e ondas de luz que o cruzam diagonalmente; bem como em um casaco trespassado preto imponente e babados de seda sobrepostos.
Entretanto, quanto aos calçados, a Alexander McQueen apresenta botas clássicas de corte fino, mocassins pretos e tênis de couro branco, que contrabalançam a exuberância do vestido central da coleção. Em termos de acessórios, as joias marcam o toque "glam-rock" com fantásticas correntes e pendentes de prata; bem como anéis duplos ou brincos de argola grossos.
Referências alternativas e subversivas que não estão longe da última campanha de marketing de guerrilha da marca, que na semana passada tomou conta das ruas e transportes das principais capitais da moda em forma de graffiti assinado "McQueen". Uma estratégia destinada a chamar a atenção e sensibilizar para a mais recente coleção-cápsula da marca.
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