
Maite Ruiz-Atela
23 de jan. de 2015
O calçado brasileiro acaba com os prejuízos

Maite Ruiz-Atela
23 de jan. de 2015
Heitor Klein, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) trouxe a público, durante a 42ª edição da Feira Internacional de Calçados, Artefatos de Couro e Acessórios de Moda, Couromoda, realizada de 11 a 14 de janeiro, em São Paulo, o conteúdo do programa Bazilian Footwear para os próximos dois anos.
O projeto lançado há 14 anos conta com um orçamento de 41,4 milhões de reais (13,6 milhões de euros) para 2014 e 2015: 28,5 milhões investidos pela APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e 12,9 milhões pela Abicalçados.

Os pontos-chave do projeto centram-se no desenvolvimento de ações para aumentar as exportações das empresas brasileiras. Os mercados alvo no biênio 2015/2016 são Estados Unidos, Colômbia, Alemanha, Emirados Árabes, China, Rússia e como grande novidade México, onde Abicalçados observa oportunidades de negócios que estão em estudo.
Em um momento de estagnação do consumo doméstico, de perda de 24.000 postos de trabalho no setor e de queda das exportações, as empresas brasileiras devem apostar mais do que nunca na venda para outros mercados, com marca própria, design e qualidade livres de prejuízos.
Heitor Klein qualificou 2014 como “um ano para se esquecer, mas não as aprendizagens que ele nos deixou. Este 2015 é um ano para encarar a situação e para entrar por cima em 2016. O ambiente de negócios nos dois primeiros dias da Couromoda nos permite, mesmo com a ausência dos resultados, ser ligeiramente otimistas”.
No total, 80% dos recursos econômicos destinados pela APEX se dirige às pequenas empresas de todos os setores. O novo projeto se diferencia nos diferentes níveis de formação e apoio voltados à internacionalização, dependendo da capacidade, tamanho e disposição em um âmbito de organização das empresas.
Serão intensificadas a gestão e relação com as empresas, a aposta no design, a promoção comercial voltada aos compradores e à imagem. Cristiano Korbes, coordenador do projeto Brazilian Footwear, destaca para o portal FashionMag as diferenças desta etapa: “trouxemos uma visão de longo prazo para capacitar as empresas com a criação de programas em diferentes níveis. O projeto destaca ainda a proposta de novas plataformas de negócios, assim como de promoção de imagem voltada ao consumidor final”.
Para Heitor Klein, o êxito do projeto dependerá, além “da estabilidade do câmbio do real, sendo o ideal 2,9 reais por dólar, do ajuste dos preços das marcas e do desenvolvimento dos programas de competitividade. Queremos e temos de conseguir que o calçado brasileiro volte a ser um grande exportador, com uma parcela de 25% do total da produção, que agora alcança apenas entre 12% e 13%”.
Durante o primeiro semestre de 2015 e graças ao projeto Brazilian Footwear, são muitas as empresas que estão participando de feiras como a Expo Riva Schuh, GDS, Who’s Next, theMicam Milão, the Micam Shanghai ou a IFLS Bogotá, entre outras.
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